Os altos custos dos vistos no Reino Unido têm desencorajado cientistas e engenheiros internacionais de se mudarem para o país, revelando um problema que pode prejudicar a economia e a inovação na ciência e tecnologia. Dados do Home Office mostram que, na segunda metade de 2024, o número de vistos concedidos para papéis em ciência, pesquisa e engenharia caiu um terço em comparação com o mesmo período do ano anterior.
A perplexidade da situação se agrava em um momento em que o governo britânico busca atrair talentos globais para impulsionar a economia nacional. Os custos associados aos vistos de trabalho se tornaram exorbitantes, com empresas gastando cerca de £12,120 por um visto de trabalhador qualificado para um período de cinco anos, um aumento de quase 60% em relação a 2021. Além disso, os custos de contribuição para o sistema de saúde (IHS) aumentaram 66% no ano passado, atingindo £1,035 por ano por adulto.
Esse cenário torna os custos considerados proibitivos para muitos candidatos, especialmente quando comparados a outros países líderes na área de ciência. O impacto dessas taxas elevadas se estende além da economia, afetando diretamente o campo da pesquisa. Ed Roberts, diretor de um laboratório de pesquisa contra o câncer na Escócia, revelou que levou mais de um ano para encontrar um cientista sênior para sua equipe, considerando os altos custos dos vistos como a principal causa do atraso.
A Royal Society expressou preocupações de que esses custos possam reduzir a capacidade do Reino Unido de atrair talentos que podem estar reconsiderando sua permanência nos Estados Unidos devido a cortes orçamentários na pesquisa. Nesse contexto, o governo britânico tem revisto suas políticas de imigração, buscando "restaurar a ordem no sistema de imigração quebrado" e alinhar a imigração com as necessidades de habilidades do país. Contudo, até que essas mudanças sejam implementadas, os altos custos dos vistos permanecem como um obstáculo significativo para a atração de talentos internacionais.