Uma ofensiva brutal do grupo paramilitar sudanês Rapid Support Forces (RSF) resultou na morte de mais de 100 pessoas, incluindo 20 crianças e nove trabalhadores humanitários, durante uma série de ataques em Darfur. Os ataques, que duraram dois dias, atingiram campos de deslocados e a cidade de el-Fasher, a capital da província de North Darfur, sob controle militar desde a eclosão da guerra civil no país há dois anos.
A guerra civil no Sudão desencadeou uma das piores crises humanitárias do mundo, com cerca de 25 milhões de pessoas enfrentando fome extrema. Os campos de Zamzam e Abu Shouk abrigam mais de 700 mil pessoas que foram forçadas a deixar suas casas devido à violência. Desde maio de 2024, a situação se agravou, com a RSF impondo um cerco, interrompendo o fornecimento de suprimentos essenciais e atacando áreas povoadas.
A recente ofensiva resultou na destruição significativa de infraestrutura civil, incluindo um hospital e inúmeras casas improvisadas no campo de Zamzam. Além disso, cerca de 2.400 pessoas foram deslocadas, forçadas a deixar os campos e a cidade de el-Fasher, aumentando a crise humanitária. A comunidade internacional tem sido pressionada a agir diante dessa escalada da violência, com apelos para que o Conselho de Segurança da ONU imponha sanções a comandantes que cometem abusos e condene países que violam o embargo de armas.
A resposta da comunidade internacional tem sido alvo de críticas, com alegações de que não estão sendo tomadas medidas suficientes para proteger os civis e garantir acesso seguro à ajuda humanitária. A ONU e diversas organizações humanitárias, como a Relief International, têm classificado os ataques como "criminosos e bárbaros". A situação em Darfur permanece crítica, com a RSF controlando grande parte da região, mesmo após a recuperação de Khartoum pelo exército sudanês no final de março.