Um grupo de ex-funcionários da OpenAI lançou um amicus brief que apoia a ação legal de Elon Musk, desafiando a transição da organização de uma entidade sem fins lucrativos para uma corporação de benefício público (PBC). A disputa gira em torno da mudança de status da OpenAI, que, segundo os reclamantes, comprometerá sua missão original de priorizar o bem-estar humano em relação ao lucro.
A OpenAI, estabelecida em 2015 como uma organização sem fins lucrativos, direcionou seu foco para um modelo de "lucro limitado" em 2019. Atualmente, a companhia planeja reestruturar-se novamente como uma PBC, ao mesmo tempo em que mantém sua parte sem fins lucrativos, que detém a maioria das ações da área empresarial da instituição. Contudo, ex-funcionários alertam que essa mudança pode violar os princípios que fundamentam a missão original da OpenAI, e comprometer a segurança e a governança ética dentro da organização.
O amicus brief, subscrito por 12 ex-colaboradores, dentre eles Steven Adler, Rosemary Campbell e Daniel Kokotajlo, argumenta que a estrutura atual da OpenAI – com um braço sem fins lucrativos supervisionando a operação comercial – é essencial para o cumprimento de sua missão. Eles afirmam que a perda de controle do setor sem fins lucrativos em relação às atividades comerciais configura uma violação crucial da essência da OpenAI. Além disso, destacam a possibilidade de que, ao se transformar em uma PBC, a empresa priorize o lucro sobre a segurança e a ética, o que levantaria sérias preocupações.
A OpenAI, por sua vez, defende que essa reestruturação é um passo essencial para competir em um mercado acirrado contra empresas como Anthropic e Google DeepMind. A empresa alega que a nova configuração de PBC permitirá a continuidade de sua missão sem fins lucrativos, ao mesmo tempo que promove o desenvolvimento de novos produtos. Entretanto, críticas apontam que essa transição poderia desviar a organização de seus objetivos principais e colocar em risco a segurança da inteligência artificial desenvolvida.
O julgamento do caso está previsto para ocorrer em 2026, e as consequências podem ser profundas não apenas para a OpenAI, mas também para os padrões de governança e as diretrizes éticas na área de inteligência artificial.