Em uma declaração impactante, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmaeil Baqaei, indicou que o país está oferecendo uma "genuína chance" nas negociações com os Estados Unidos, mesmo em um cenário de retórica hostil. Estas conversas, que ocorrerão no próximo fim de semana em Omã, são consideradas "indiretas" pelo Irã, enquanto o presidente dos EUA descreve o encontro como "direto". O foco central da reunião é discutir o programa nuclear da República Islâmica, com Trump impondo um prazo de dois meses para um possível acordo.
As tratativas entre os dois países têm sido caracterizadas por tensões e desacordos persistentes. Embora Trump tenha anunciado que as conversas seriam diretas, o Irã mantém que a mediação de Omã é essencial para o diálogo. Um dos principais pontos de conflito é o programa nuclear iraniano, que viu um aumento no enriquecimento de urânio para 60%. Esta elevação do enriquecimento, sem uso civil conhecido, acende os receios sobre a possibilidade de desenvolvimento de armas nucleares.
Na busca por evitar uma escalada militar, o Irã está ponderando a proposta de um acordo nuclear interino durante as conversações. Este pacto poderia envolver uma redução parcial na taxa de enriquecimento de urânio e maior acesso dos inspetores da ONU às instalações nucleares iranianas. Em contrapartida, o Irã solicita que Trump alivie as sanções econômicas que têm pressionado a economia do país.
A comunidade internacional observa essas negociações com grande expectativa, especialmente a Israel, que expressa preocupações quanto à extensão do programa nuclear do Irã. O primeiro-ministro Netanyahu se declarou favorável à diplomacia, sempre que ela resulte em uma eliminação efetiva do programa nuclear. Por outro lado, Trump não descarta a opção de uso da força militar caso as negociações não alcancem resultados satisfatórios.
Os desafios que cercam um possível acordo são muitos, com um ceticismo crescente entre as partes sobre as verdadeiras intenções do adversário. A urgência do prazo de dois meses, estabelecido por Trump, adiciona uma camada de complexidade às negociações. Apesar disso, a disposição do Irã para dialogar é vista como uma oportunidade positiva, mesmo que as diferenças entre os envolvidos continuem profundas.