Em um movimento raro, republicanos no Congresso estão se organizando para restringir o poder do presidente Donald Trump em relação à imposição de tarifas, levantando preocupações sobre o impacto na economia e no orçamento do governo. A preocupação crescente entre os congressistas surge em meio a um cenário econômico tumultuado, impulsionado por tarifas já existentes que têm gerado um clima de incerteza no mercado financeiro e nas relações comerciais globais.
Recentemente, Trump sugeriu a imposição de novas tarifas contra a China, intensificando uma guerra comercial que já traz consequências graves para economias de ambos os países. As retaliações chinesas, com tarifas próprias, aumentaram ainda mais a tensão e a incerteza nas negociações comerciais.
No intuito de recuperar o controle sobre a política tarifária, o senador Chuck Grassley (R-Iowa) e a senadora Maria Cantwell (D-Wash.) apresentaram o Trade Review Act de 2025. Esta proposta legislativa exige que o presidente notifique o Congresso dentro de 48 horas após a imposição de novas tarifas, acompanhada de uma análise detalhada sobre o propósito das medidas. O Congresso, por sua vez, teria um prazo de 60 dias para rever, aprovar ou até revogar as tarifas, alterando significativamente a dinâmica de poder entre os dois ramos do governo.
Entretanto, a Casa Branca já manifestou oposição à proposta, sugerindo que tais restrições comprometeriam a capacidade do presidente de negociar em nível internacional e de proteger a segurança nacional. Além disso, a falta de apoio da liderança republicana no Senado torna incerta a viabilidade da medida, complicando ainda mais a situação.
Se essas alterações forem implementadas, o orçamento apresentado por Trump poderá enfrentar severos atrasos, uma vez que o Congresso ganharia um papel central nas decisões relacionadas às tarifas. Isso pode resultar em um impasse entre os poderes Executivo e Legislativo, impactando não apenas a passagem do orçamento, mas também a implementação de outras políticas econômicas essenciais do governo. A disputa sobre tarifas e controle orçamentário promete ser um dos pontos cruciais no cenário político dos próximos meses.