O deputado federal do PSOL-RJ, Glauber Braga, enfrenta um processo de cassação de seu mandato, em meio a um cenário de tensões políticas. Em 9 de abril de 2025, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados decidiu, com 13 votos favoráveis e 5 contrários, pelo pedido de cassação, alegando quebra de decoro parlamentar.
A decisão surge após um incidente ocorrido em abril de 2024, quando o deputado foi acusado de agredir um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) dentro das instalações da Câmara. Braga justifica sua postura como uma reação a provocações e insultos dirigidos a sua mãe, que estava doente à época, mas a agressão trouxe severas repercussões.
Com a aprovação do Conselho de Ética, o caso agora se encaminha para a votação no plenário da Câmara, onde são necessários pelo menos 257 votos para confirmar a cassação. Glauber Braga já anunciou que recorrerá da decisão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas, se o recurso não for aceito, o destino do seu mandato será decidido em plenário. Em um ato de protesto, o deputado iniciou uma greve de fome e afirmou que permanecerá no Congresso até que o processo seja finalizado.
A decisão gerou controvérsias e levou militantes e colegas de partido a criticarem o ato como uma forma de perseguição política. Além disso, caso sua cassação seja ratificada em plenário, Glauber Braga enfrentará a inelegibilidade por um período de oito anos, ou seja, até 2035. Essa situação abre espaço para que a ex-senadora Heloísa Helena (Rede-RJ) possa assumir o mandato, caso a cassação se concretize.
Embora ainda não se tenha informações sobre a possibilidade de envolvimento do Supremo Tribunal Federal (STF) no caso, Glauber Braga se comprometeu a utilizar todos os recursos legais disponíveis para contestar o processo de cassação. O desfecho dessa situação poderá impactar não apenas a carreira do deputado, mas também desdobramentos na dinâmica política do PSOL e da Câmara como um todo.