Na última quinta-feira, 10 de abril, o Congresso dos Estados Unidos deu um passo significativo em direção à implementação dos cortes de impostos propostos pelo presidente Donald Trump, ao aprovar uma resolução orçamentária. A votação, que ocorreu na Câmara de Representantes, foi acirrada: 216 votos a favor e 214 contra. Essa aprovação se seguiu a um voto semelhante no Senado, realizado no sábado anterior. Trump expressou sua satisfação nas redes sociais, destacando que essa medida "prepara o terreno" para os mais extensos cortes fiscais e regulatórios já apresentados.
A resolução aprovada não é um orçamento formal, mas sim uma diretriz que estabelece níveis de gastos futuros do governo federal. Essa abordagem pretende fornecer às comissões do Congresso orientações em relação às dotações orçamentárias que serão discutidas no futuro. Contudo, a medida gerou forte oposição entre os democratas e alguns republicanos, que expressaram suas preocupações quanto aos possíveis cortes nos serviços públicos, incluindo a previdência social e o Medicaid. O receio é que essas áreas sejam drasticamente impactadas para atender ao ambicioso objetivo de redução de gastos federais em US$ 1,5 trilhão.
Um dos principais focos do governo Trump nesse contexto é a prorrogação de créditos fiscais significativos, que estão agendados para expirar no final do ano. O Center for American Progress estima que tornar esses créditos permanentes acarretaria um custo adicional de aproximadamente US$ 400 bilhões anuais para o governo federal nos próximos dez anos. Mike Johnson, presidente republicano da Câmara de Representantes, ressaltou que a resolução cria oportunidades para avançar em questões como segurança nas fronteiras, domínio energético dos Estados Unidos e a manutenção dos créditos fiscais já existentes.
A oposição dos democratas a essa resolução é unânime, com o argumento de que ela pode instaurar um desmonte sistemático dos programas sociais existentes. Especialistas apontam que para alcançar a meta de economia de US$ 1,5 trilhão, cortes significativos em programas como o Medicaid e a previdência social poderiam ser inevitáveis, uma perspectiva política desafiadora para os republicanos. Apesar disso, tanto Trump quanto Mike Johnson tentaram acalmar os ânimos, negando qualquer intenção de prejudicar o Medicaid, um programa amplamente popular entre a população americana.