*Ainda Estou Aqui*, um drama biográfico dirigido por Walter Salles, retrata a vida da família Paiva durante a sombria ditadura militar brasileira. Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, o filme destaca Fernanda Torres no papel de Eunice Paiva, protagonista que vive a tragédia de perder seu marido, o ex-deputado federal Rubens Paiva, desaparecido durante o regime militar.
A técnica de concentração empregada pela atriz Fernanda Torres durante as filmagens de *Ainda Estou Aqui* chamou a atenção da crítica e do público. Recentemente indicada ao Oscar por sua performance, Torres utilizou uma abordagem inusitada para manter o foco nas gravações: o crochê. Essa prática, onde ela se sentava com Valentina Herszage, a jovem atriz que interpreta Vera Paiva, entre as cenas, provou ser não apenas uma forma de relaxar, mas também um meio de fortalecer o vínculo entre as duas atrizes e aprofundar a conexão de suas personagens. O ato de crochetar entre as pausas em um ambiente intenso como o set de filmagem trouxe um senso de tranquilidade e concentrou as energias para as sequências dramáticas.
As filmagens do filme abraçaram a rica paisagem do Rio de Janeiro, levando a equipe a mais de uma dezena de locais emblemáticos, onde recriaram cenários dos anos 1970 com atenção meticulosa aos detalhes. A produção contou com uma equipe técnica de alto nível, além de a presença dos Paiva nas gravações, o que agregou uma camada emocional significativa ao elenco. A utilização de veículos da época e a escenografia cuidadosamente planejada garantiram que cada cena refletisse a atmosfera do tempo narrado.
As expectativas em torno do filme cresceram ainda mais com o desempenho de Torres, que recentemente conquistou um Globo de Ouro e agora busca uma indicação ao Oscar. Além disso, *Ainda Estou Aqui* está na corrida para ser indicado ao prêmio de Melhor Filme Internacional. A importância da narrativa histórica e a sensibilidade conjunta que o filme promove são elementos que conquistaram a crítica, e especialistas acreditam que sua relevância internacional continuará a ser reconhecida.
Em um contexto onde a memória e a história são frequentemente revisadas, a decisão de Fernanda Torres de utilizar o crochê não só humaniza o trabalho intenso no set, mas também evoca um importante sentimento de comunidade e solidão compartilhada, temas centrais na obra cinematográfica.