Waymo, a empresa pioneira em veículos autônomos, está traçando um novo caminho para monetizar suas operações. Recentemente, a companhia anunciou planos para utilizar dados obtidos de câmeras internas de seus táxis autônomos, com o objetivo de treinar modelos de inteligência artificial (IA) gerativos e, potencialmente, vender anúncios personalizados aos usuários. Esta informação veio à tona a partir de uma versão não publicada da política de privacidade da empresa, revelada pela pesquisadora Jane Manchun Wong.
De acordo com as diretrizes propostas, a Waymo reserva-se o direito de compartilhar dados dos usuários para aprimorar serviços e oferecer experiências personalizadas. Isso inclui a personalização de produtos e anúncios com base nos interesses dos passageiros durante suas viagens. Entretanto, a empresa assegura que os passageiros terão a opção de se recusar a compartilhar suas informações pessoais, o que inclui vídeos capturados dentro do veículo, que são considerados críticos para o treinamento da IA.
A Waymo é a única empresa no setor de veículos autônomos que tem gerado receita com táxis robô nos Estados Unidos, registrando mais de 200.000 corridas pagas por semana, segundo dados divulgados em fevereiro. Apesar desse avanço, a companhia continua a operar com prejuízo, o que levanta questões sobre sua sustentabilidade financeira a curto prazo. O Alphabet, sua empresa mãe, já aportou US$ 5 bilhões adicionais no ano passado, destacando a necessidade urgente de novas fontes de receita.
A inclusão de publicidade dentro do veículo e o uso de dados para aprimoramento de modelos de IA é uma tentativa da Waymo de suavizar esses desafios financeiros e compensar os altos custos operacionais associados ao desenvolvimento de sua tecnologia.
A proposta de usar dados de câmeras internas não é isenta de preocupações, principalmente no que tange à privacidade dos usuários. Apesar da alternativa de optar por não compartilhar informações, permanece a dúvida sobre os tipos de dados que serão coletados e, crucialmente, se esses dados poderão ser compartilhados com outras empresas sob o guarda-chuva do Alphabet, como Google ou DeepMind.
Enquanto isso, a Waymo continua sua trajetória de expansão, com planos de lançar operações em novas cidades, incluindo Atlanta, Miami e Washington, D.C., nos próximos dois anos. Com uma valoração superior a US$ 45 bilhões, a empresa está em busca constante de inovações tecnológicas, necessárias para manter sua posição de liderança no competitivo setor de veículos autônomos. A estratégia de utilização de dados de câmeras internas pode ser vista como um passo significativo nessa direção, refletindo um movimento em direção a um futuro mais integrado com tecnologia de IA.