No Canadá, uma investigação sobre operações de desinformação na plataforma WeChat revela um esquema destinado a influenciar a opinião pública sobre Mark Carney, candidato a primeiro-ministro. A conta envolvida, *Youli-Youmian*, tem laços com o Partido Comunista da China e está sendo monitorada pela Força-Tarefa de Ameaças de Segurança e Inteligência às Eleições (SITE TF). Este movimento é uma clara tentativa de manipulação durante a 45ª eleição geral do Canadá.
Identificada como uma estratégia coordenada, essa operação se caracteriza pela disseminação de informações enganosas. Associada à Comissão Central de Assuntos Políticos e Legais do Partido Comunista da China, a conta *Youli-Youmian* teve um crescimento alarmante de interações, atingindo entre 85.000 e 130.000 interações nos conteúdos a respeito de Carney, e cerca de 1 a 3 milhões de visualizações nos picos identificados em março de 2025.
As abordagens adotadas incluem a amplificação de narrativas que inicialmente favorecem e, em seguida, tiram credibilidade de Carney, questionando sua experiência e suas credenciais. Essa operação não atua sozinha; cerca de 30 contas auxiliares no WeChat foram identificadas como colaboradoras na sustentação das narrativas enganosas dentro das feeds algorítmicas, ampliando a visibilidade das postagens.
Essa manobra é considerada uma séria ameaça à integridade da democracia canadense. Com mais de 1 milhão de usuários do WeChat entre as comunidades chinesas-canadenses, a isenção e a transparência na informação são mais críticas do que nunca. Pesquisadores da integridade da informação alarmam para a dificuldade de rastrear a origem das contas envolvidas, o que complica a detecção e o combate à desinformação.
As relações entre o Canadá e a China estão em uma fase delicada, marcadas por despachos de acusações sobre interferência eleitoral e disputas comerciais. Recentemente, a China foi apontada como o principal jogador em tentativas de interferência eleitoral no país, ilustrando a complexidade dessas relações. Essa necessidade de supervisão é essencial para garantir que plataformas sociais, como o WeChat, não sejam utilizadas como ferramentas de desinformação a serviço de interesses estrangeiros.