Em um movimento ousado, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) deu início no último sábado, 5 de abril, às ações do Abril Vermelho. A mobilização anual visa pressionar o governo federal para a implementação de reformas agrárias e teve como pontos focais as invasões em Minas Gerais e Pernambuco.
As ocupações, que trilham o caminho da luta por justiça social, tiveram como objetivo principal denunciar as práticas do modelo agrícola atual e ressaltar a produção de alimentos saudáveis promovida por pequenos agricultores. O tema deste ano – "Ocupar para o Brasil alimentar" – destaca a relevância das pequenas propriedades como alternativa ao agronegócio.
A jornada de mobilização do Abril Vermelho se estende por diversas atividades, como ocupações de latifúndios, marchas e protestos em sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e distribuição de alimentos. Estas práticas têm o propósito de chamar a atenção da sociedade e do governo para as necessidades urgentes de reforma agrária no país.
Em Minas Gerais, a mobilização ocorreu no município de Frei Inocêncio, onde mais de 600 famílias ocuparam uma área estratégica às margens da BR-116. A ação em Pernambuco ganhou destaque com a invasão da Usina Santa Teresa, no município de Goiana, onde cerca de 800 famílias se uniram para exigir a destinação das terras para a reforma agrária. O MST denuncia irregularidades e a destruição ambiental associadas a esses latifúndios, frisando a necessidade de ação imediata do governo.
O MST, que mantém uma aliança política com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, destaca que, apesar da destinação de R$ 750 milhões pelo governo ao movimento, as medidas ainda são consideradas insuficientes. O movimento expressa preocupação com a situação de mais de 100 mil famílias que permanecem acampadas, necessitando urgentemente de soluções habitacionais.
O Abril Vermelho serve não apenas como uma mobilização, mas também como uma pressão direta ao governo federal para aumentar o orçamento destinado à reforma agrária e priorizar esta pauta crucial para a segurança alimentar e a justiça social em nosso país.