Localizado a 2.700 quilômetros da terra mais próxima, o Ponto Nemo se destaca como o local mais isolado da Terra e desempenha um papel vital no gerenciamento de detritos espaciais.
O engenheiro croata-canadense Hrvoje Lukatela foi o responsável por identificar esse ponto perdido no vasto Oceano Pacífico em 1992, definindo suas coordenadas como 48°52,6'S 123°23,6'W. Este local, também conhecido como Polo de Inacessibilidade do Pacífico, é um destino ideal para a reentrada controlada de espaçonaves e outros objetos que não têm mais utilidade.
A escolha do Ponto Nemo para atuar como um "cemitério" de espaçonaves se baseia em seu extremo isolamento e na falta de vida marinha significativa nas suas proximidades. Com baixa atividade biológica, as operações de reentrada minimizam os impactos ambientais.
Na atualidade, o Ponto Nemo tem sido utilizado regularmente para descartar satélites e estações espaciais desativadas, como a Estação Espacial Mir e a Skylab, proporcionando uma solução segura e eficiente para o problema crescente dos detritos espaciais.
Apesar de sua localização remota, o Ponto Nemo ainda enfrenta o desafio da poluição humana. Em 2018, pesquisadores detectaram a presença de partículas microplásticas nas águas ao redor do local, sublinhando que mesmo os lugares mais isolados não estão a salvo dos impactos da atividade humana.
Além disso, o Ponto Nemo é famoso por ter sido o epicentro de um mistério sonoro conhecido como "bloop", que foi posteriormente explicado como resultado de movimentos glaciais na Antártica. Esse fenômeno intrigou cientistas e gerou inúmeras especulações sobre suas origens.
Com a previsão de desativação da Estação Espacial Internacional até 2030, o Ponto Nemo se tornará ainda mais relevante na gestão de detritos espaciais. A NASA está desenvolvendo um veículo de desorbitagem para garantir que a EEI seja desativada de forma controlada, evidenciando a importância contínua deste ponto estratégico para a comunidade espacial global.