No último dia 29 de março, após o empate entre Internacional e Flamengo no Maracanã, o técnico Roger Machado levantou importantes questões sobre a preferência do futebol brasileiro por treinadores estrangeiros. Em uma declaração contundente, ele criticou a tolerância diferenciada que tais profissionais recebem em comparação com os brasileiros, afirmando que a pressão sobre os técnicos nativos é geralmente mais intensa e imediata.
Roger, que atualmente comanda o Internacional, mencionou que a pressão por resultados muitas vezes é injusta para os treinadores locais, que, segundo ele, deveriam ter mais tempo para implementar suas ideias antes de serem avaliados. "Os técnicos brasileiros não devem nada aos estrangeiros em termos de conhecimento e capacidade", afirmou Roger durante sua análise, reforçando a rica tradição do país em formar profissionais competentes em capacitação para o futebol.
O técnico ainda ponderou que a pressão para a contratação de estrangeiros não parte dos profissionais brasileiros, mas de um ambiente externo que busca inovação e mudança. Roger considera que a presença de treinadores de fora trouxe uma nova cultura aos campos nacionais, além de ampliar a tolerância em relação a experimentações e abordagens diversas. Esta mudança, segundo ele, pode ser vista como positiva, mas ao mesmo tempo coloca em desvantagem aqueles que cresceram dentro das escolas locais.
Com a demissão recente de Dorival Júnior, nomes como Jorge Jesus e Carlo Ancelotti surgem como fortes candidatos para assumir a Seleção Brasileira. Roger reitera sua preferência por um treinador brasileiro no comando da seleção, ressaltando que é essencial valorizar o talento local e acreditar na capacidade dos profissionais que têm feito história no futebol brasileiro. "Precisamos acreditar em nossos técnicos e dar a eles a oportunidade de mostrar seu valor", conclui Machado.
A crítica de Roger não é apenas uma defesa dos técnicos brasileiros, mas também um chamado à refleação sobre o que significa realmente a evolução do futebol no Brasil. Se a investida por parte da CBF em técnicos estrangeiros é um sinal de modernidade, qual é o verdadeiro custo desse movimento para a formação de novos talentos locais? Muitas vezes, a inovação e a adaptação vêm de dentro, e é imperativo que o país lembre-se de que o Brasil possui uma base sólida e experiente de treinadores que merecem seu espaço.
Por fim, a discussão sobre a escolha de técnicos para a Seleção Brasileira e clubes locais deverá continuar, com a expectativa de que o esporte nacional encontre um equilíbrio saudável entre a valorização do talento local e a abertura para novas ideias que os estrangeiros podem trazer. Roger Machado, com sua perspectiva crítica e fundamentada, contribui significativamente para esse debate em curso, que é fundamental para o futuro do futebol brasileiro.