Pablo Marçal, um influenciador digital e ex-candidato à Prefeitura de São Paulo, encontra-se no centro de uma denúncia grave do Ministério Público de São Paulo. O profissional é acusado de expor 32 pessoas a risco de vida durante uma expedição ao Pico dos Marins, ocorrida em janeiro de 2022. O caso levanta questões sérias sobre a responsabilidade de líderes em atividades ao ar livre, especialmente sob condições adversas.
A denúncia, fundamentada no artigo 132 do Código Penal, aborda a responsabilidade de não colocar a vida ou a saúde de outrem em perigo direto e iminente. Marçal organizou uma expedição com cerca de 60 participantes e, apesar de alertas sobre a trilha ser considerada inviável devido a condições climáticas adversas, ele optou por seguir com o grupo. As informações relatadas indicam que durante a atividade, a chuva intensa, neblina densa e ventos fortes tornaram a subida ainda mais perigosa.
Em resposta à situação, o Ministério Público apresentou uma proposta de acordo de transação penal. Esta alternativa permitiria encerrar o processo sem que houvesse um julgamento formal. Para aceitação do acordo, foi estipulado o pagamento de R$ 273.240,00, o que corresponde a 180 salários mínimos, que deve ser destinado a uma entidade pública ou privada com fins sociais. Atualmente, a defesa de Marçal tem um prazo de 15 dias para se manifestar sobre esta proposta, porém, até o presente momento, não houve qualquer resposta da parte dele.
A expedição ao Pico dos Marins, que fazia parte de um curso motivacional intitulado "O pior ano da sua vida", promovido por Marçal, gerou intensa controvérsia. O Corpo de Bombeiros foi acionado para realizar o resgate das 32 pessoas que, mesmo diante das dificuldades, insistiram em continuar a caminhada para o topo da montanha, enfrentando a resistência de Marçal, que tentou minimizar os riscos envolvidos.
A situação provocou reações diversas entre os seguidores de Marçal e a opinião pública. Embora a proposta de acordo tenha gerado repercussão, o influenciador ainda não se pronunciou oficialmente sobre as acusações ou seu plano de ação diante da proposta do Ministério Público.
O desfecho dessa história ainda é incerto. A possível aceitação do acordo pode significar uma saída rápida para Marçal, mas também levanta questões sobre a responsabilidade de figuras públicas em atividades de risco. Como a legislação trata situações semelhantes e o impacto na percepção pública de líderes motivacionais ainda está por ser observado. O caso exemplifica a necessidade de uma reflexão mais profunda sobre segurança e preparação em atividades ao ar livre, especialmente em situações climáticas desfavoráveis.