Em uma entrevista recente à CNN, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) discutiu um episódio controverso que ocorreu em outubro de 2022, onde sacou uma arma e perseguiu um homem nas ruas de São Paulo. O incidente e suas consequências continuam a gerar debate e reflexão.
Zambelli expressou arrependimento pelo ocorrido, destacando que não teria sacado a arma se não tivesse sentido sua segurança ameaçada. O momento tenso aconteceu um dia antes do segundo turno das eleições presidenciais, quando um jornalista a abordou com gritos de apoio ao presidente Lula.
A controversialidade do ato de Zambelli repercutiu não apenas nas redes sociais, mas também no contexto político, afetando a imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele perdeu as eleições por uma margem superior a 2 milhões de votos. Em sua defesa, Zambelli explicou que um empurrão e uma tentativa de provocar mal-estar a levaram a tomar a decisão de sacar a arma e seguir o homem que a agredira verbalmente.
Bolsonaro, que tem se distanciado de Zambelli, chegou a afirmar que o incidente prejudicou sua campanha. Em resposta, a deputada argumentou que existem fatores mais complexos por trás da derrota do ex-presidente, sugerindo que um dia ele entenderá a totalidade do que ocorreu. Contudo, apesar das pressões e dos problemas que surgiram, Zambelli ainda conta com apoio dentro da bancada do PL.
Atualmente, Zambelli enfrenta um processo no Supremo Tribunal Federal por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal. O julgamento, que já contava com uma maioria inclinada contra a deputada, foi suspenso após o ministro Nunes Marques solicitar vista do processo. A Procuradoria-Geral da República levantou questões sobre o abuso do uso de arma por alguém que possui porte regularizado.
A deputada fez questão de mencionar que, embora tenha se arrependido, a arma representou uma forma de proteção durante situações de agressão. A percepção de Zambelli sobre o uso de armas está diretamente ligada ao medo por conta de incidentes ocorridos anteriormente.
O julgamento no STF permanece em espera, dependendo da decisão do ministro Nunes Marques. A expectativa é alta em torno do resultado, pois o desfecho pode afetar não apenas a vida política de Zambelli, mas também o debate mais amplo sobre porte de armas e segurança pública no Brasil.