Kherson, considerada a cidade mais perigosa da Ucrânia, vive um drama cotidiano devido aos incessantes ataques de drones russos. A cidade, que mais de uma vez abrigou quase 300.000 habitantes, agora sobrevive com apenas 60.000 moradores, conforme a guerra avança, trazendo uma onda de bombardeios devastadores. O governador regional Oleksandr Prokudin revelou que a cidade sofre entre 600 e 700 ataques de drones por semana, intensificando ainda mais a angústia da população.
A vida em Kherson foi transformada em um pesadelo, onde cada dia pode ser marcado por tragédias. Um dos residentes, Serhiy, compartilhou sua experiência aterrorizante: ao caminhar para o trabalho, um drone soltou uma granada, resultando na perda de seu pé. "Eu pulei em direção a uma árvore, mas isso arrancou meu pé, arrancou tudo. Até a artéria. Três ou quatro pessoas na minha área foram mortas assim. Eles soltavam isso na cabeça das pessoas", contou ele.
Em meio a essa situação caótica, a população aguarda ansiosamente por um alívio. Os negociadores dos EUA e da Rússia estão reunidos na Arábia Saudita, discutindo um possível cessar-fogo de 30 dias nos combates entre Kiev e Moscou. No entanto, os moradores de Kherson permanecem céticos. As promessas de paz parecem distantes, especialmente com a presença contínua das forças russas do outro lado do rio Dnipro. Sem garantias claras de segurança, o desejo da população local por um cessar-fogo é palpável, mas as dúvidas sobre sua eficácia ecoam entre os cidadãos que viveram diretamente os horrores do conflito.
O dia a dia na cidade é marcado por um constante estado de alerta. Como muitos outros residentes, Serhiy vive sob o medo dos ataques. A realidade dura é que, apesar dos esforços diplomáticos, o caminho para a paz permanece repleto de incertezas e obstáculos. A comunidade de Kherson continua a lutar pela sobrevivência, buscando não apenas um refúgio temporário contra os ataques, mas a esperança de um futuro mais seguro e pacífico.