Em 2025, o debate sobre a participação de mulheres trans em competições esportivas femininas continua a gerar controvérsia, com muitas federações esportivas endurecendo suas regras e excluindo essas atletas de suas competições. Além disso, um decreto assinado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, proíbe a participação de meninas e mulheres trans em eventos esportivos escolares, levantando questões sobre a equidade e os direitos das atletas.
O cerne da discussão sobre a inclusão de atletas trans no esporte frequentemente envolve considerações de equidade. Oponentes da participação de mulheres trans argumentam que aquelas que passaram pela puberdade masculina detêm vantagens físicas significativas, como força muscular superior e resistência, em grande parte devido à exposição à testosterona. Por outro lado, ativistas da comunidade trans alegam que não existem evidências concretas que sustentem a ideia de que mulheres trans tenham uma vantagem injusta sobre suas contrapartes cisgênero.
Estudos recentes contribuem para esse debate. Por exemplo, uma pesquisa de 2024 analisou o desempenho de mulheres trans que passaram por terapia hormonal em diversas modalidades esportivas. Os resultados mostraram que, enquanto a força de preensão manual dessas atletas era maior que a das mulheres cis, ela ainda era inferior à dos homens cis. Além disso, parâmetros como índice de massa magra e o consumo máximo de oxigênio (VO2 max) apresentam vantagens para mulheres trans, porém, os resultados variam conforme o esporte.
Nos Estados Unidos, o cenário legal está se tornando cada vez mais hostil para as mulheres trans no esporte. Mais de 20 estados aprovam leis que proíbem meninas trans de competirem em esportes femininos, com o decreto de Trump orientando o Departamento de Justiça a restaurar a equidade, conforme eles definem, considerando as normas de inclusão como uma violação dos direitos de outras atletas. Essa postura é contestada por críticos que veem tais normas não apenas como uma docilidade a argumentos controversos, mas como uma violação dos direitos civis das pessoas trans.
O futuro das competições esportivas para atletas trans permanece incerto. O Comitê Olímpico Internacional (COI) enfrenta pressão pública e política para reavaliar suas regras de participação. A presidente do COI, Kirsty Coventry, mencionou a necessidade de um equilíbrio entre a inclusão de todos os atletas e a manutenção da integridade das competições. A discussão se intensifica à medida que os interesses de justiça, inclusão e competição se entrelaçam e a sociedade busca novos entendimentos sobre identidade e performance no esporte.