Em 21 de março de 2022, a tragédia do voo MU5735 da China Eastern Airlines chocou o mundo, quando a aeronave caiu em uma colina na província de Guangxi, resultando na morte de todas as 132 pessoas a bordo. Três anos se passaram desde o incidente e a Administração de Aviação Civil da China (CAAC) ainda não divulgou um relatório final detalhado, deixando as famílias das vítimas e a indústria aérea em uma expectativa angustiante por respostas.
O voo MU5735 estava programado para um trajeto doméstico entre o Aeroporto Internacional Changshui de Kunming e o Aeroporto Internacional Baiyun de Guangzhou. O Boeing 737-89P, com registro B-1791, mergulhou abruptamente durante o voo, atingindo o solo em alta velocidade na localidade de Teng County, em Wuzhou, Guangxi. Este acidente não só se tornou o mais mortal na história da China Eastern Airlines, como também o mais grave registrado na China em três décadas.
A investigação sobre as causas da queda do avião gera um clima de incerteza. A CAAC, apesar de realizar atualizações anuais, mantém um silêncio inquietante sobre os detalhes da tragédia. Avaliações preliminares feitas por autoridades dos Estados Unidos levantaram a hipótese de que ações intencionais poderiam ter contribuído para o acidente, no entanto, a CAAC rejeita esses relatos, afirmando que não foram encontradas anormalidades significativas em relação ao avião, aos membros da tripulação ou às condições de voo.
A ausência de um relatório conclusivo gerou um sentimento de frustração e descontentamento entre os familiares das vítimas, que clamam por mais transparência em relação à investigação do acidente e aos protocolos de segurança aérea na China. A pressão pública para que a CAAC se posicione de maneira mais clara e ofereça respostas concretas tem aumentado, principalmente à medida que o tempo passa.
A repercussão do acidente teve um impacto significativo nas ações governamentais. O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, imediatamente mobilizou esforços para localizar sobreviventes e amparar os feridos, enquanto o presidente Xi Jinping enfatizou a necessidade de apurar rapidamente as causas do acidente e priorizar a segurança nos voos. A China Eastern Airlines, por sua vez, instaurou uma linha de apoio para os familiares das vítimas e decidiu aterrar sua frota de Boeing 737-800 para inspeção até que a investigação fosse concluída. Apesar dessas ações, em abril de 2022, a maioria dos aviões retornou ao serviço.
Cabe ressaltar que o voo MU5735 permanece como um dos maiores mistérios da aviação moderna, e as questões sobre a segurança aérea na China são agora mais críticas do que nunca. A expectativa para que a CAAC divulgue um relatório final não é apenas sobre o acidente em si, mas também sobre a confiança do público na segurança das operações aéreas dentro do país.