Em uma decisão inédita, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou que pais que optam por não vacinar seus filhos contra a Covid-19 podem ser multados. O caso, que gerou ampla repercussão, envolveu um casal do Paraná que se recusou a imunizar sua filha de 11 anos, argumentando que a vacina não estava incluída no Plano Nacional de Imunização. No entanto, os ministros do STJ foram enfáticos ao rejeitar o recurso do casal, reforçando que a autonomia dos pais não é absoluta e que a recusa à vacinação pode ser considerada como negligência parental.
A decisão do STJ se fundamenta no Estatuto da Criança e do Adolescente, que estabelece a obrigatoriedade da imunização infantil. A relatora do caso, ministra Nancy Andrighi, enfatizou que a vacinação não só protege a saúde individual das crianças, mas também desempenha um papel crucial na saúde coletiva, contribuindo para a erradicação de doenças e a minimização de suas consequências.
As implicações dessa decisão são significativas para a saúde pública no Brasil. O tribunal estabeleceu uma multa de três salários mínimos para o casal, sublinhando que a recusa em vacinar pode ser interpretada como negligência, com consequências legais. O Conselho Tutelar e o Ministério Público já haviam chamado a atenção do casal antes da aplicação da pena, demonstrando um esforço crescente para assegurar que as crianças sejam vacinadas.
A ação do STJ não é apenas uma medida punitiva, mas também reflete um forte apelo pela responsabilidade coletiva em relação à saúde pública. A ministra Nancy Andrighi ressaltou a importância da vacinação infantil como um compromisso social para garantir que todas as crianças tenham uma infância saudável e protegida. Essa realidade coloca os pais na posição de guardiões da saúde de seus filhos e, consequentemente, de toda a comunidade.
Com essa decisão, o STJ sinaliza uma possível mudança nas políticas de saúde pública ao reforçar a vacinação como uma medida preventiva essencial. Além disso, é provável que a situação motive outras famílias a reavaliar suas escolhas sobre a vacinação, especialmente em um cenário onde a hesitação em se vacinar tem se tornado cada vez mais comum. Em tempos de incertezas sanitárias, a saúde coletiva deve prevalecer sobre as decisões individuais, a fim de proteger um bem maior: o futuro das crianças brasileiras.