A deputada federal Carla Zambelli, do PL-SP, foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal. A decisão, proferida em 21 de março de 2025, decorre de uma ação ocorrida em outubro de 2022, quando Zambelli perseguiu um homem armado nas ruas de São Paulo durante a véspera do segundo turno das eleições presidenciais. O incidente, amplamente divulgado em redes sociais, gerou intensa repercussão e debate público.
No julgamento, os ministros Gilmar Mendes e Cármen Lúcia votaram pela condenação de Zambelli, resultando em uma pena de cinco anos e três meses de prisão. Mendes, relator do caso, argumentou que o porte de arma para defesa pessoal não legitima a perseguição de pessoas em via pública, a menos que haja um risco direto à integridade física. Ele também sugeriu a cassação do mandato da deputada, fazendo uma comparação com o caso do ex-deputado Daniel Silveira, cuja conduta foi semelhante.
As consequências políticas da condenação de Zambelli podem ser profundas, não apenas para sua carreira política, mas também para o Partido Liberal, que a apoia. Uma eventual cassação do mandato poderia alterar a dinâmica do Congresso, influenciando a configuração de futuras eleições. Este episódio se torna ainda mais significativo em um contexto onde a política nacional está conturbada, principalmente após a recente eleição do ex-presidente Jair Bolsonaro, que perdeu por uma margem apertada.
O julgamento está longe de terminar, com os demais ministros do STF programados para votar até 28 de março. Se a deputada for condenada, existe a possibilidade de ela recorrer da decisão. Além disso, a Procuradoria Geral da República (PGR) pediu a revogação de seu porte de arma e o pagamento de R$ 100 mil em danos morais, adicionando mais pressão sobre a parlamentar em um cenário de crescente escrutínio.
A situação de Carla Zambelli levanta questões cruciais sobre a legalidade do uso de armas e a responsabilidade de figuras públicas em momentos de crise política. O desfecho desse caso poderá não apenas moldar o futuro político da deputada, mas também repercutir no ambiente político mais amplo, refletindo as tensões e divisões marcantes no Brasil contemporâneo.