Em Tel Aviv, Israel, a recente intensificação dos ataques aéreos na Faixa de Gaza, que vitimou mais de 400 palestinos, incluindo mulheres e crianças, além de líderes do Hamas, trouxe à tona uma significativa divisão interna. Depois do ataque surpresa do Hamas em 7 de outubro de 2023, que ceifou a vida de 1.200 israelenses e resultou no sequestro de 251 cidadãos, houve uma mobilização quase unânime da população em apoio à guerra. Contudo, quase um ano e meio após o início do conflito, muitos israelenses estão exaustos e começam a questionar as reais motivações do governo de Benjamin Netanyahu.
A guerra em Gaza, que começou com um ataque devastador do Hamas, levou a uma resposta militar intensa por parte de Israel. No entanto, à medida que o conflito se arrasta e as negociações para a liberação dos reféns parecem estagnadas, o apoio público começa a murchar. O governo justifica a continuidade dos ataques aéreos como uma resposta necessária às ameaças do grupo militante, mas há um crescente sentimento entre a população de que outras opções deveriam ter sido consideradas.
O esgotamento entre os reservistas, que desempenharam um papel crucial na defesa do país, também se torna uma preocupação. Reservistas como Tomas Visok, que já acumula mais de 150 dias de serviço militar, expressam suas incertezas sobre se todos estarão dispostos a voltar ao combate. "Se fosse necessário, eu iria, mas a situação é muito difícil, especialmente para aqueles com famílias," declara Visok, ressaltando a pressão emocional que muitos enfrentam. Outros, como Alon Gur, um navegador da Força Aérea, optaram por não retornar, argumentando sobre a perda de valor pela vida humana e apontando suas desconfianças nas motivações políticas.
A divisão de opiniões é palpável entre as famílias dos reféns, com alguns clamando por mais ação militar para pressionar o Hamas e outros pedindo por um enfoque em negociações. Enquanto um grupo defende que a pressão militar possa resultar na libertação dos reféns, há uma crescente demanda por considerar soluções alternativas que possam oferecer paz duradoura. Com níveis alarmantes de exaustão e desconfiança no governo, muitos israelenses começam a se perguntar se a continuação da guerra realmente representa a melhor abordagem para resolver os conflitos que assombram a região.