O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez declarações contundentes durante um discurso em Fortaleza, no Ceará, afirmando que não permitirá que o Brasil se transforme em uma "república de ladrões de celular". Sua fala, proferida na quarta-feira, 19 de março, ressalta a urgência de fortalecer a segurança pública diante da crescente preocupação com o crime no país.
Lula destacou a importância da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, a qual visa aumentar a atuação federal no combate ao crime organizado. Esse projeto emerge em um contexto de forte crítica ao governo por sua gestão nesta área, especialmente em estados como o Ceará, onde a violência tem gerado alarmantes índices de criminalidade.
A PEC, segundo o presidente, visa transformar a Polícia Rodoviária Federal (PRF) em uma corporação de policiamento ostensivo e criar um Sistema Único de Segurança Pública. O intuito é promover a integração das forças de segurança nacionais, garantindo uma distribuição eficaz dos recursos entre os diferentes entes federativos. "Nós vamos ter que enfrentar a violência, sabendo que nós temos que enfrentar o crime organizado. E não é o Estado sozinho, é o Estado, é o município e é o governo federal", afirmou Lula, enfatizando a necessidade de uma colaboração sólida entre as esferas de governo.
O cenário, no entanto, é desafiador. A fala do presidente surge em um momento em que a popularidade do governo enfrenta dificuldade na temática de segurança pública, principalmente nas regiões do Nordeste, tradicionalmente favoráveis a Lula. No Ceará, foram registrados aumentos significativos nos índices de homicídios entre 2023 e 2024, o que tem gerado um clima de insegurança crescente entre a população local.
A PEC, embora tenha um propósito claro de combate ao crime, ainda precisa ser enviada ao Congresso Nacional, onde enfrentará desafios políticos significativos para sua aprovação. Os próximos passos do governo em relação a essa proposta poderão influenciar a percepção pública da segurança no Brasil e a confiança nas instituições encarregadas de proteger a população.