Em uma medida que levanta preocupações entre os especialistas em segurança nacional, os Estados Unidos decidiram suspender algumas iniciativas destinadas ao combate à sabotagem, desinformação e ciberataques promovidos pela Rússia. Essa decisão surge em um momento no qual a administração Trump busca fortalecer os laços com o presidente russo, Vladimir Putin, com a esperança de encerrar a guerra na Ucrânia.
A iniciativa original foi lançada durante a administração Biden, que criou grupos de trabalho liderados pelo Conselho de Segurança Nacional (NSC). O objetivo desses grupos era monitorar e interromper a campanha de guerra híbrida da Rússia contra nações ocidentais. Sete agências de segurança nacional dos EUA colaboravam com aliados europeus para contrabalançar as ameaças que afetavam tanto os EUA quanto a Europa.
Desde a posse de Trump em 20 de janeiro de 2025, uma parte significativa desse trabalho foi interrompida, conforme relato de onze funcionários atuais e antigos que falaram sob condição de anonimato. Reuniões regulares entre o NSC e oficiais de segurança europeu deixaram de ser agendadas, e a coordenação formal entre diferentes agências dos EUA, incluindo o FBI, o Departamento de Segurança Interna e o Departamento de Estado, foi suspensa.
Esta mudança de direção suscita preocupação entre alguns funcionários, que acreditam que a administração Trump está despriorizando a questão, apesar dos alertas vindos da inteligência. Além do mais, o FBI recentemente encerrou suas atividades para combater a interferência estrangeira nas eleições dos EUA, incluindo ações russas, colocando em licença funcionários que estavam envolvidos nesta questão no Departamento de Segurança Interna. O Departamento de Justiça também dissolveu uma equipe responsável pela apreensão de ativos de oligarcas russos.
A Casa Branca ainda não informou aos funcionários de carreira se planeja restabelecer os grupos de trabalho interagências. A continuidade do compartilhamento de inteligência relacionada à campanha de sabotagem com aliados europeus permanece incerta, embora oficiais do governo britânico afirmem que a partilha de informações rotineira continua.
Em uma conversa telefônica recente, Trump e Putin debateram a guerra na Ucrânia. Trump descreveu a conversa como "muito boa e produtiva". Porém, a Rússia continuou a atacar a Ucrânia logo após a ligação, levantando questões sobre a efetividade das negociações.
A decisão de reduzir os esforços enfrentada ao problema da guerra híbrida russa tem sido alvo de críticas por parte de analistas. Eles apontam que essa medida representa um risco à segurança nacional dos EUA. Enquanto a administração Trump busca uma solução diplomática para a guerra na Ucrânia, a suspensão dessas iniciativas pode resultar em implicações severas para a segurança dos Estados Unidos e de seus aliados.