As autoridades turcas ordenaram a detenção do prefeito de Istambul, Ekrem İmamoğlu, em um movimento que representa uma intensificação na repressão política no país. Junto com ele, cerca de 100 outras pessoas, incluindo prefeitos de outros distritos, foram detidas no dia 19 de março de 2025. Essas ações estão ligadas a investigações sobre "corrupção" e "terrorismo", segundo informações das autoridades.
A detenção acontece em um momento crucial para a política na Turquia, a poucos dias da eleição primária do Partido Republicano do Povo (CHP), marcada para 23 de março. Ekrem İmamoğlu era considerado um forte candidato para a candidatura presidencial do partido, o que aumenta a gravidade da situação.
Além das detenções, o governo turco impôs uma proibição de quatro dias para protestos e reuniões na cidade de Istambul. As autoridades fecharam importantes linhas de metrô e estradas centrais, dificultando a mobilização da população. Também foram relatadas restrições ao acesso a plataformas de mídia social, como X, YouTube, Instagram e TikTok, conforme denunciado pela organização NetBlocks.
A Anistia Internacional expressou condenação às medidas adotadas, caracterizando-as como uma "escalada drástica" na repressão da dissidência pacífica e da oposição política. A organização destacou que o uso de acusações vagas de terrorismo para prender opositores é uma prática recorrente na Turquia, mas as últimas detenções e as restrições impostas sugerem uma deterioração preocupante da situação.
A detenção de Ekrem İmamoğlu e as restrições associadas possuem repercussões significativas para o cenário político turco, especialmente com as eleições presidenciais se aproximando. Além disso, a Universidade de Istambul anunciou a revogação do diploma do prefeito, o que pode impactar sua elegibilidade para cargos políticos, dado que a graduação é um requisito essencial para concorrer à presidência na Turquia.
Essas ações intensificam a preocupação de que a Turquia esteja atravessando um período de repressão política severa, com sérias implicações para a liberdade de expressão e a oposição política no país.