O Corinthians se vê em meio a uma crise de cambismo envolvendo ingressos, com sérias acusações acerca de sua participação na prática ilegal. A situação se intensificou com a iminente segunda final do Campeonato Paulista contra o Palmeiras, onde os preços dos ingressos já estão extrapolando os limites. Os valores chegam a R$ 600 para os setores populares e atingem R$ 1.500 nas áreas premium, como as cadeiras do setor Oeste.
A prática do cambismo, apesar de não ser uma novidade no cenário esportivo, está apresentando um agravante significativo, tornando a aquisição de ingressos legais ainda mais complicada para os torcedores. As investigações em andamento indicam que os cambistas têm conseguido os ingressos por diversas via, como dos sócios-torcedores, conselheiros e até mesmo das contas do próprio clube.
Diante da gravidade da situação, dezenas de denúncias foram feitas ao Ministério Público e à Polícia Civil, que já instaurou um inquérito para apurar os fatos. O Corinthians, consciente de sua responsabilidade, afirma que está implementando medidas para combater o cambismo, que incluem o monitoramento de redes sociais e o bloqueio de compras ilegais.
Não obstante, o clube também destaca a importância da colaboração dos torcedores; para que a prática se configure como crime, é necessário que a vítima registre a denúncia. Além disso, o clube defende a adoção do reconhecimento facial como uma solução eficaz para garantir um controle mais rigoroso na entrada de torcedores e a consequente minimização do cambismo.
Contudo, a situação interna do Corinthians também gera controvérsia. Um ex-funcionário, Marcelo Munhoes, fez revelações sobre o atraso na implementação da tecnologia de reconhecimento facial, alegando que a diretoria vem adiando sistematicamente a efetivação desse recurso. Munhoes relatou que, apesar de ter feito o contrato com uma empresa já conhecida pelo clube, a diretoria não avançou na sua implementação.
Essa crise de cambismo no Corinthians evidencia uma questão mais ampla dentro do futebol brasileiro, onde a carência de transparência e controle propicia a ocorrência de práticas ilícitas. A viabilização do reconhecimento facial e um apelo à colaboração dos torcedores se tornam essenciais para o enfrentamento dessa problemática e na garantia de que os ingressos cheguem a quem realmente ama o clube. A torcida continua na expectativa de respostas e ações efetivas que lhes permitam usufruir das partidas sem a pressão dos cambistas.