O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, deu início à sua primeira viagem internacional desde a posse, visitando a França e o Reino Unido. Essa escolha demonstra a intenção de Carney em fortalecer os laços com aliados europeus confiáveis, especialmente em um cenário onde as tensões comerciais com os Estados Unidos se intensificam. Esta deslocação é vista como uma resposta sutil às ações do presidente americano Donald Trump, que tem pressionado a economia canadense com tarifas e declarações polêmicas.
A jornada de Carney começou em Paris, onde se reuniu com o presidente francês Emmanuel Macron. Durante este encontro, Carney evidenciou a importância da colaboração econômica em lugar do confronto, ressaltando o valor em trabalhar com aliados de confiança como a França. Esta mensagem foi percebida como uma crítica indireta às políticas de Trump, que têm fomentado tensões comerciais significativas entre os EUA e o Canadá.
A escolha de Carney por visitar a França e o Reino Unido não foi acidental. Há uma conexão histórica profunda entre esses países e o Canadá, mediada pela Commonwealth e pela La Francophonie. Esse laço é crucial para a estratégia de Carney de diversificar as parcerias econômicas e políticas do Canadá, especialmente em um contexto de incerteza geopolítica.
Durante sua estada em Paris, Carney e Macron debateram a relevância do comércio livre e a urgência de fortalecer as relações bilaterais. Macron manifestou apoio à soberania canadense, enfatizando os riscos das tarifas sobre a inflação e as cadeias de suprimentos. Após essa reunião, Carney seguiu para Londres, onde se encontrou com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer e foi recebido pelo rei Charles III.
A escolha de Carney em priorizar a Europa durante sua primeira viagem internacional é um forte indicativo de que o Canadá está buscando alternativas para suas tradicionais relações com os EUA. Com Trump ameaçando impor tarifas sobre todos os produtos canadenses, a estratégia de Carney busca assegurar que o Canadá mantenha uma posição forte no cenário global.
A visita também expressa a determinação de Carney em cultivar boas relações com os EUA, desde que a soberania canadense seja respeitada. Em um período em que a política internacional se torna cada vez mais complexa, a aproximação de Carney com aliados europeus confiáveis pode ser interpretada como uma estratégia para proteger os interesses econômicos e políticos do Canadá.
Essa viagem representa um novo capítulo na política externa canadense, realçando a busca por parcerias mais diversificadas e a necessidade de manter relações construtivas com os EUA, sem comprometer a soberania nacional.