No último Dérbi, o Palmeiras mostrou um desempenho instável e decepcionou sua torcida com uma derrota de 1 a 0 para o Corinthians. Apesar de ter dominado partes do jogo, com 57% de posse de bola e 19 finalizações, o time de Abel Ferreira não conseguiu traduzir esse domínio em gol, o que resultou em frustração para quase 41 mil torcedores presentes no Allianz Parque.
O técnico Abel Ferreira destacou dois grandes problemas em sua análise pós-jogo: a luta perdida no meio-campo e a eficácia do Corinthians. O desempenho do setor central foi crucial para a derrota. Nos primeiros 15 minutos, o Palmeiras se mostrou forte, com uma grande oportunidade criada por Raphael Veiga, mas logo depois o time viu Carrillo superar a pressão e criar saídas para o rival.
Após esse início promissor, o Verdão perdeu ritmo. Richard Ríos, um dos atletas em destaque na temporada, alternava momentos de brilhantismo e falhas, enquanto Raphael Veiga carecia de opções entre as linhas adversárias e Emiliano Martínez se destacava na marcação, mas falhava na entrega da bola.
Na tentativa de ser mais ofensivo, o Palmeiras se tornou previsível, forçando jogadas por Estêvão e cruzamentos. Embora Estêvão seja o jogador mais criativo da equipe, isso facilitou o trabalho defensivo do Corinthians. Facundo Torres, por outro lado, não estava confortável na ponta esquerda, e a maior mobilidade foi observada na direita com Estêvão. No entanto, ele também foi protagonista de erros cruciais, incluindo a perda de 13 posses de bola, culminando na jogada do gol adversário.
A jogada que levou ao gol de Yuri Alberto foi marcada por uma sequência de erros. Ríos tentou um domínio desastroso com o calcanhar após Mayke recuperar a bola, reabrindo a jogada para o Corinthians. Micael não seguiu bem o atacante e Weverton falhou na defesa, permitindo que o time rival celebrasse.
Após marcar, o Corinthians se posicionou defensivamente, utilizando o contra-ataque como arma. O Palmeiras, embora continuasse a pressionar, não mostrava o volume esperado ao jogar em casa. Sem a construção de jogadas fluídas, o Verdão dependia de tentativas individuais, como Vitor Roque e Estêvão, que buscavam explorar as laterais, especialmente a direita, com cruzamentos frequentes na área.
O goleiro Hugo Souza teve uma noite agitada, fazendo oito defesas, sendo apenas uma delas realmente complicada, em um chute cruzado de Vitor Roque. A falta de eficácia, outro ponto mencionado por Abel, foi determinante na partida. A torcida não viu um Palmeiras sufocante, mesmo com o apoio maciço de seus fãs.
Com 11 dias até a segunda final, Abel Ferreira precisa de tempo para encontrar soluções que tornem a equipe mais dinâmica com a bola. Embora o Palmeiras tenha criado mais chances que o Corinthians, a execução no campo foi insatisfatória. O time agora enfrenta uma missão difícil: vencer na casa do adversário para conquistar um tetracampeonato inédito. O desempenho no Allianz Parque não foi o suficiente.