A atriz belga Emilie Dequenne, famosa por seu trabalho no longa-metragem "Rosetta", faleceu no último domingo (16) na região de Paris, aos 43 anos. Sua morte foi anunciada por sua família e agente, que informaram que a artista estava em cuidados paliativos nos dias que antecederam seu falecimento.
Dequenne, que conquistou o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes em 1999 por sua atuação em "Rosetta", um filme premiado dos diretores Jean-Pierre e Luc Dardenne, enfrentava uma batalha contra um câncer raro, identificado como tumor da glândula suprarrenal, diagnosticado em agosto de 2023. Em outubro do mesmo ano, a atriz revelou publicamente sua condição, que a afastou do trabalho nas filmagens.
"Que batalha mais implacável! E não se escolhe...", foram suas palavras em uma postagem no Instagram no Dia Mundial contra o Câncer, em 4 de fevereiro deste ano. Em uma entrevista realizada em dezembro, Dequenne mencionou que a doença se tornara mais agressiva, afirmando que "não viveria tanto quanto esperava".
Emilie Duquenne fez sua estreia cinematográfica aos 18 anos, e sua interpretação em "Rosetta" foi aclamada, o que abriu portas para uma carreira recheada de performances memoráveis. O cineasta Luc Dardenne comentou sobre seu impacto, dizendo: "Trabalhamos durante 20 minutos e ficamos muito impressionados por sua força". Ele ainda destacou a energia que ela trouxe ao projeto, mencionando que ela "injetou uma enorme vitalidade a um filme que já seguia a 100 quilômetros por hora".
A morte de Dequenne foi sentida por muitos no mundo do cinema francês, com figuras proeminentes como Jean Dujardin e Tahar Rahim lamentando a perda. Gilles Jacob, ex-presidente do Festival de Cannes, também fez questão de ressaltar o valor da artista em sua mensagem, que foi enviada à agência AFP.
Juliette Binoche, colega de profissão, usou seu Instagram para agradecer a Dequenne pela sinceridade ao compartilhar sua luta. "Obrigada por dividir o que estava vivendo com tanto ardor e generosidade", escreveu. A ministra francesa da Cultura, Rachida Dati, comentou que o cinema francófono perdeu "cedo demais, uma atriz talentosa que ainda tinha muito a oferecer".
Em uma de suas últimas aparições em público, Dequenne esteve no tapete vermelho de Cannes em 2024 ao lado de seu marido, Michel Ferracci. Os dois participaram da celebração do 25º aniversário de "Rosetta" enquanto a atriz apresentou seu último filme, intitulado "Survivre" (Sobreviver), um título que carrega significativa simbologia à luz de sua recente batalha contra o câncer.
Ela deixa uma filha, Milla, que nasceu em 2002, e que agora terá a missão de carregar o legado de talento e determinação de sua mãe. O falecimento de Emilie Dequenne não marca apenas a perda de uma grande atriz, mas também a partida de uma figura que inspirava muitos tanto pessoalmente quanto profissionalmente.
Com sua trajetória brilhante, Dequenne será sempre lembrada não apenas por seus papéis memoráveis no cinema, mas também por sua força e coragem diante das adversidades. Esta é uma grande perda para o cinema e uma lembrança da fragilidade da vida.