Papa Francisco, mesmo internado há um mês devido a problemas respiratórios, tomou uma decisão significativa ao aprovar a implementação de reformas na Igreja Católica. O objetivo é estabelecer uma estrutura mais participativa e colaborativa, que será desenvolvida por equipes sinodais e culminará em uma Assembleia Eclesial marcada para 2028.
A internação, que circunstancialmente veio após o tratamento de uma pneumonia bilateral, não impediu o Papa de reafirmar seu compromisso com o fortalecimento de uma Igreja que valoriza a sinodalidade, conceito que enfatiza a caminhada conjunta de todo o corpo eclesial. A implementação ocorrerá sob a supervisão do Vaticano, que acompanhará como dioceses, eparquias e conferências episcopais estão aplicando as diretrizes previamente discutidas.
As equipes sinodais, compostas por bispos, padres, religiosos e membros leigos, terão a responsabilidade de adaptar as diretrizes do Sínodo às especificidades de suas realidades locais, promovendo um ambiente de diálogo e inclusão. Essa abordagem busca garantir a unidade da Igreja, mesmo com a diversidade de vozes e experiências que compõem o corpo católico.
O Sínodo é, portanto, um método de governança da Igreja que envolve reuniões e discussões com diferentes representantes, permitindo decisões que impactam diretamente o futuro da instituição. O conceito de “sinodalidade”, que orienta esse processo, sugere que todos os membros da Igreja devem ter um espaço para expressar suas opiniões e colaborar ativamente nas decisões.
A adoção desse modelo participativo visa não apenas promover uma maior inclusão, mas também revitalizar a Igreja em tempos desafiadores. O acompanhamento das diretrizes e a implementação das mudanças ocorrerão de maneira contínua, com pontos de avaliação que se iniciam nas dioceses e eparquias e culminarão em uma grande Assembleia Eclesial, programada para outubro de 2028.
Um dos eventos de destaque nesse percurso é o Jubileu das equipes sinodais, agendado para outubro de 2025, um momento em que será celebrado o trabalho coletivo dessas equipes, fundamentais para a transformação da Igreja em um organismo mais sinodal.
A carta oficial do Vaticano, assinada pelo Cardeal Mario Grech, Secretário Geral do Sínodo, também solicita que as dioceses relatem a composição de suas respectivas equipes sinodais, promovendo ainda mais uma cultura de transparência e colaboração.
O plano de implementação segue um cronograma com marcos importantes, incluindo encontros de avaliação programados para 2027 e 2028. A intenção é que as mudanças se consolidem de forma sustentável e sejam ajustadas às circunstâncias locais, mas mantendo sempre a harmonia e a unidade com a Igreja em sua totalidade.
Sobre a saúde do Papa, é importante destacar que esta internação é a mais longa desde sua eleição como Papa em 2013. Embora sua condição não seja mais considerada crítica, Francisco, aos 88 anos, ainda se submete a assistência respiratória, utilizando uma cânula nasal durante o dia e uma máscara de oxigênio à noite.
De acordo com informações do Vaticano, o Papa iniciou um regime de fisioterapia e continua seu tratamento no Hospital Gemelli, onde também participou de atividades como experimentar um bolo em celebração aos seus 12 anos de papado, orar e realizar exercícios respiratórios.
A assessoria de imprensa do Vaticano indicou que um novo boletim médico seria divulgado, porém, a comunicação pode passar a ser menos frequente. Com a recuperação do Papa em questão, há especulações sobre um possível retorno para casa. Entretanto, a longa e desafiadora internação levantou questões sobre a capacidade de Francisco de liderar os cerca de 1,4 bilhão de católicos no mundo.
“A recuperação de um corpo de 88 anos afetado por pneumonia bilateral demanda tempo, especialmente em termos de energia e força”, enfatizou a assessoria em comunicado.