Neymar, craque brasileiro, foi cortado da lista de convocados da seleção para as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026 devido a uma lesão considerada leve na região posterior da coxa esquerda. O jogador deve retornar ao campo em um período de duas a três semanas, segundo informações médicas.
Em um comunicado divulgado esta semana, o Santos FC informou que Neymar apresentava um edema na coxa esquerda, identificado no dia 6 de março. Após a realização de uma ressonância magnética, ficou constatada a continuidade da lesão, mas felizmente sem ruptura das fibras musculares.
O médico ortopedista e especialista em medicina esportiva, Adriano Leonardi, explicou que se trata de uma distensão muscular de grau 1. Esse tipo de lesão ocorre quando um músculo é esticado além do limite, envolvendo músculos que cruzam duas articulações do corpo.
- No caso de Neymar, a distensão afetou os músculos posteriores da coxa, que se estendem da nádega até atrás do joelho. Normalmente, esse tipo de lesão acontece na junção entre o músculo e o tendão, a parte mais fraca, que pode estar sujeita a desequilíbrios musculares - esclareceu o médico.
A classificação das distensões musculares, conforme Leonardi, é a seguinte:
Leonardi ainda enfatizou que, em uma distensão grau 1, não há perda de continuidade do tecido. O tratamento, geralmente, envolve fisioterapia para auxiliar na recuperação do processo inflamatório. O período estimado para a recuperação varia de duas a três semanas, dependendo das condições individuais de cada atleta.
A fisioterapeuta e médica do esporte Ana Paula Simões reforçou que a inflamação de Neymar gerou um quadro de edema, que se caracteriza por um inchaço do músculo. Ela mencionou que o atleta apresenta inflamação na coxa, o que faz com que o músculo pareça 'liquefeito' internamente, resultando em inchaço, dor, calor e vermelhidão.
Os médicos apontam que a lesão pode estar relacionada ao histórico físico do jogador. Neymar passou mais de um ano fora dos gramados após romper o ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo, em outubro de 2023, e havia retornado a jogar regularmente, participando de sete partidas pelo Santos no Campeonato Paulista.
- Devido à sua anterior cirurgia no ligamento cruzado, é possível que Neymar tenha desenvolvido um desequilíbrio muscular. Embora seu processo de reabilitação tenha sido adequado, isso pode ter causado uma desproporção entre a força dos músculos anterior e posterior da coxa, predispondo-o a novas lesões - comentou Leonardi.
A médica Ana Paula Simões complementou, reforçando que a sobrecarga a que Neymar está sujeito, após um período de inatividade prolongado, e a quantidade de jogos realizados podem ter contribuído para o surgimento dessa nova lesão.
A princípio, a lesão de Neymar não traz grandes preocupações. Tratando-se de uma distensão grau 1, o retorno às atividades esportivas é geralmente rápido. Com um tratamento fisioterapêutico adequado, o jogador deve estar de volta ao futebol dentro do prazo mencionado.
- Neymar foi cortado da seleção talvez por uma questão de precaução, visando evitar o risco de uma lesão mais grave. Se houvesse ruptura, a recuperação seria bem mais longa. Portanto, o corte pode ter sido uma abordagem preventiva - ressaltou Ana Paula Simões.
Conforme a médica, o retorno às atividades intensas deve seguir um programa progressivo. O jogador já está em uma rotina de fisioterapia, tanto na equipe quanto em casa, com a ajuda de profissionais especializados.
Após sua eliminação do Paulistão, o Santos planeja estrear no Campeonato Brasileiro em 30 de março, em um jogo fora de casa contra o Vasco.
Fontes:
Adriano Leonardi é médico ortopedista e especialista em medicina esportiva, colunista do EU Atleta.
Ana Paula Simões é médica ortopedista e médica do esporte, colunista do EU Atleta.