A Associação de Comissões de Boxe e Esportes de Combate (ABC) dos Estados Unidos emitiu um comunicado esclarecendo a definição de uma luta profissional de boxe. O objetivo é estabelecer uma distinção clara entre eventos considerados boxe profissional e aqueles que são, na verdade, lutas de exibição.
De acordo com a carta, para que um confronto seja reconhecido como boxe profissional, ele deve atender a uma série de critérios, incluindo o cumprimento das Regras Unificadas do Esporte, que abrangem aspectos como a duração dos rounds, requisitos médicos mínimos e o tamanho das luvas utilizadas, entre outros.
A ABC, entidade que congrega as principais comissões regulatórias de lutas nos EUA, enfatiza que a definição de boxe profissional deve respeitar padrões rigorosos. "É a concepção da Associação de Comissões de Boxe que, para uma luta pugilística ser chamada de 'boxe profissional', um evento precisa respeitar certos critérios que incluem requerimentos médicos mínimos, duração de um assalto, padrões de julgamento, tamanho de luva e classificações de peso", afirma o comunicado.
A carta menciona que cada round deve ter a duração de três minutos, com um intervalo de um minuto entre eles. Desvios dos padrões, como rounds reduzidos ou luvas fora do tamanho estabelecido, excluem a luta da categoria de boxe profissional. A nota parece direcionada a eventos de celebridades, como a luta entre Jake Paul e Mike Tyson, que ocorreu em Arlington no ano passado.
Naquela ocasião, Tyson, aos 58 anos, lutou contra o youtuber Jake Paul, que é 30 anos mais jovem. O combate foi realizado em oito rounds de dois minutos e o tamanho das luvas foi de 14 onças, quando o padrão é de 10 onças. A luta foi considerada oficial pelo Departamento de Licenciamento e Regulação do Texas, o que, segundo a definição da ABC, não deveria ter acontecido.
A associação salienta que "comissões regulatórias devem regular todos os esportes de combate pela segurança dos participantes, e lutas de celebridades e outros eventos que se afastam das regras verdadeiras do boxe não deveriam ser chamadas de 'boxe profissional'." O comunicado adverte que confundir exibições ou lutas não convencionais como eventos profissionais de boxe é um erro que pode resultar em riscos como manipulação de apostas e segurança dos lutadores.
Embora a ABC tenha uma posição firme, também deixou claro que não é contra a realização de confrontos com regras modificadas. O presidente da organização, Mike Mazzulli, será responsável pela supervisão da luta entre o youtuber KSI e o lutador de MMA Dillon Danis, programada para 29 de março em Manchester, na Inglaterra. No entanto, a associação reafirma que tais lutas devem ser tratadas como exibições.
Esse posicionamento ressalta a importância de proteger a integridade do boxe profissional e garantir que os espectadores não sejam enganados por eventos que não seguem as normas estabelecidas. À medida que mais lutas entre celebridades ganham popularidade, a ABC se mantém vigilante para preservar a segurança e a legitimidade do esporte.
Com as mudanças nas dinâmicas das lutas e a crescente sensação de festividades esportivas envolvendo figuras públicas, a discussão sobre regulamentações se torna cada vez mais relevante. O público é convidado a refletir sobre o que consideramos boxe e o que está diluindo a essência deste esporte tradicional.
O debate contínuo sobre a validade das lutas de celebridades versus o boxe profissional traz à tona questões importantes sobre a regulamentação e segurança. Assim, as comissões reguladoras seguirão firmes na defesa das regras que fundamentam o boxe, garantindo que a prática se mantenha dentro de padrões respeitáveis e seguros.
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