O julgamento sobre a morte de Diego Maradona teve início em San Isidro, onde se discute se sua morte foi causada por problemas de saúde relacionados a suas diversas patologias ou se houve negligência por parte dos profissionais médicos que o atenderam na sua internamento domiciliar. Esta audiência pública está reunindo não apenas familiares do ídolo argentino, mas também uma grande quantidade de fãs que clamam por justiça.
O Ministério Público apresentou casos de falhas significativas na internamento domiciliar de Maradona. Por sua vez, a defesa alega que não houve qualquer ato ilícito que possa ser imputado aos réus. A tensão no tribunal é palpável, com os advogados de defesa e os representantes do Ministério Público travando um embate no discurso. Acusações de homicídio estão cercadas de uma forte emoção, especialmente considerando a figura icônica que Maradona sempre representou.
No dia 11 de março de 2025, às 9h30, as partes começaram a chegar ao tribunal. Fãs de Maradona, cerca de 20, se concentraram em frente ao local, portando bandeiras e faixas com a frase “Justiça para D10S”. A psiquiatra Agustina Cosachov, uma das sete acusadas, foi recebida com gritos de “Assassino!” pela multidão que protestava.
Verónica Ojeda, mãe do filho mais novo de Maradona, chegou acompanhada do advogado Mario Baudry, e não conteve as lágrimas ao entrar no tribunal. Durante o percurso, Ojeda se deparou com Cosachov e fez questão de expressar sua indignação com palavras duras.
Os membros da família de Maradona ocuparam os lugares reservados na primeira fila, entre eles Dalma e Gianinna, suas filhas. O ambiente estava carregado de emoção e expectativa. O ex-jogador de futebol Daniel Osvaldo também esteve presente, assim como Jana Maradona, outra filha do ídolo.
Entre os acusados, o neurocirurgião Leopoldo Luque, principal réu do caso, passou por uma notável transformação física desde o tratamento de Maradona, que ocorreu apenas três semanas antes da morte do ex-jogador. Ele agora se dedica ao fisiculturismo, um fato que não passou despercebido no tribunal.
Após uma espera de mais de uma hora, os juízes Verónica Di Tommaso, Maximiliano Savarino e Julieta Makintach começaram a presidência da audiência. A primeira parte foi dedicada à apresentação das informações pessoais dos réus, que incluem, além de Luque, Cosachov, o psicólogo Carlos Díaz, o enfermeiro Ricardo Almirón, e outros profissionais que estiveram diretamente envolvidos nos cuidados a Maradona.
O subprocurador Patricio Ferrari, representando o Ministério Público, iniciou a apreciação da acusação. Ele destacou: “Estamos aqui por um crime que teve Diego Maradona como vítima. As provas apresentadas revelarão uma acusação sólida. O direito à verdade é um direito humano. Hoje, Maradona e seu legado merecem justiça.”
Ferrari referiu-se à internação domiciliar que Maradona vivenciou na casa de San Andrés, em Tigre, onde ficou por duas semanas após a remoção de um hematoma. Ele a classificou como “hospitalização imprudente, precária e sem precedentes”, argumentando que não houve qualquer protocolo adotado para um atendimento adequado, levando assim a um cenário de “teatro de horrores” na casa onde Maradona faleceu.
Depois de Ferrari, Cosme Iribarren, seu colega, descreveu as ações individuais de cada um dos réus. Em seguida, o advogado Fernando Burlando, que representa Dalma e Giannina Maradona, apresentou a narrativa de que “Diego Maradona foi assassinado. Ele foi morto de forma silenciosa e cruel, parte de um plano desumano que teve um resultado letal.”
A defesa de Luque, liderada pelos advogados Julio Rivas e Mara Digiuni, defendeu que a morte de Maradona foi causada por um evento cardíaco que não poderia ser previsto. Eles asseguraram que seu cliente não cometeu nenhum ato ilícito. Digitaluni argumentou: “A morte foi inesperada e não há culpabilidade de Luque nas circunstâncias que estão sendo alegadas.”
Vadim Mischanchuk, o defensor da psiquiatra Cosachov, também se manifestou, afirmando: “Queremos que este julgamento prove a inocência de Cosachov. Para que se atribua responsabilidade por uma morte, é necessário um nexo de causalidade claro.”
O advogado Diego Olmedo, que representa o psicólogo Díaz, destacou que seu cliente não pode ser responsabilizado com base em conversas de WhatsApp e que, na última vez em que Maradona foi visto, não havia substâncias ilícitas em seu organismo.
O julgamento de Maradona não só investiga as consequências de sua morte, mas também lança luz sobre as práticas nas intervenções médicas e seus respectivos desdobramentos. O desfecho desse caso pode impactar tanto o sistema de saúde quanto a percepção pública sobre as responsabilidades éticas na área médica. Os próximos dias do julgamento certamente trarão novos detalhes e revelações sobre este trágico evento.
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