Sony testa personagens de jogos com inteligência artificial

Recentemente, um vídeo que foi inicialmente descoberto pelo The Verge revelou que a Sony está explorando o uso de personagens desenvolvidos por inteligência artificial (IA) em seus jogos. Segundo o jornalista Tom Warren, a companhia está testando essa tecnologia para "pelo menos um dos personagens do PlayStation". O material, que já foi retirado do ar pela agência Muso, representante da Sony Interactive Entertainment, apresentava como narrador o diretor de software Sharwin Raghoebardajal, da divisão de tecnologia de games da Sony.

Durante o vídeo, os espectadores puderam ver Aloy, a protagonista da famosa franquia Horizon, com movimentos e dublagem gerados por um protótipo de inteligência artificial desenvolvido em colaboração com a Guerrilla Games.

Raghoebardajal detalhou que a tecnologia é resultado da combinação de um sistema de comando de fala para texto da OpenAI, além de elementos das ferramentas GPT-4 e Llama 3. As animações faciais de Aloy foram criadas utilizando a Mockingbird, uma ferramenta interna da Sony.

Além disso, um executivo da PlayStation acredita que a adoção da inteligência artificial está atraindo as novas gerações, como a Geração Z e Alpha, que buscam cada vez mais personalização na escolha de seus jogos.

No entanto, essa inovação não está isenta de controvérsias. O dublador de The Witcher, Doug Cockle, manifestou sua preocupação em relação à crescente utilização da IA na indústria de games, chamando-a de "inevitável", mas também "perigosa". É importante ressaltar que a maior desenvolvedora que utilizou IA para dublagem até o momento foi a CD Projekt Red, que tomou essa decisão para substituir um dublador falecido, tendo recebido autorização da família do artista.

A Embark Studios, a desenvolvedora do popular FPS The Finals, recebeu críticas por utilizar dublagens de IA com vozes de diversos atores e até mesmo de outros desenvolvedores. A empresa se defendeu ao afirmar que “fazer jogos sem atores não é um objetivo final” e que utilizou uma mescla de vozes gravadas e áudio gerado por IA em seus produtos.

Os dubladores de videogame também têm se manifestado sobre os mods de Skyrim que utilizam IA. A dubladora Victoria Atkin, que emprestou sua voz para Assassin's Creed Syndicate, comentou que esses mods representam um "inimigo invisível" contra o qual a categoria está lutando, depois de descobrir que sua voz foi clonada por um software. Paul Eiding, que dublou o Coronel Campbell na série Metal Gear Solid, também se manifestou contra essa prática.

Essas discussões reforçam a importância de estabelecer limites e normas para o uso de inteligência artificial na dublagem e no desenvolvimento de jogos, visando proteger os direitos dos artistas e garantir um ambiente justo e criativo na indústria.

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