O escritório de direitos humanos das Nações Unidas (ONU) revelou que várias famílias inteiras foram assassinadas na região costeira da Síria durante operações militares direcionadas contra uma minoria religiosa, além de apoiadores do antigo regime do ex-ditador Bashar al-Assad. A ONU informou que entre as vítimas estão muitas mulheres e crianças.
O conflito sírio já resultou em mais de mil mortos, sendo aproximadamente 700 civis, conforme dados da polícia local. Embora o escritório de direitos humanos da ONU tenha documentado a morte de 11 civis, a expectativa é que esse número seja muito superior, conforme declarou Thameen Al-Kheetan, porta-voz do escritório, durante uma coletiva em Genebra.
Em suas declarações, Al-Kheetan destacou que "muitos dos casos documentados foram de execuções sumárias, que parecem ter sido realizadas por razões sectárias". Ele também relembrou que, em situações extremamente perturbadoras, famílias inteiras, incluindo mulheres, crianças e homens indefesos, foram eliminadas, com cidades e vilas predominantes alauítas sendo os principais alvos.
O chefe de direitos humanos da ONU, Volker Turk, elogiou o anúncio do governo sírio sobre a criação de um comitê de responsabilização, pedindo que as investigações subsequentes sejam "rápidas, completas, independentes e imparciais". Na segunda-feira, dia 10, o Ministério da Defesa da Síria anunciou que as operações militares para erradicar os remanescentes dos apoiadores de Assad foram concluídas.
Em resposta ao aumento da violência e às novas denúncias de assassinatos de minorias na Síria, o Itamaraty emitiu um comunicado orientando os brasileiros a deixarem o país. Desde o último fim de semana, os conflitos entre apoiadores do governo atual e do regime anterior geraram mais de mil mortes, a maioria civis, levando ONGs de direitos humanos a acusarem uma possível tentativa de limpeza étnica.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil confirmou que não há brasileiros entre os mortos, destacando que aproximadamente três mil cidadãos brasileiros residem na Síria. Diante do cenário caótico, nações como os Estados Unidos e a Rússia solicitaram uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU.
De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos, as vítimas civis incluem mulheres e crianças da minoria alauíta, que apoia o ex-ditador Bashar al-Assad. Estes números refletem uma das maiores taxas de mortalidade desde o ataque químico de 2013, quando mais de 1,4 mil pessoas foram mortas em um subúrbio de Damasco.
Os confrontos começaram após a nova administração, que sucedeu o ex-ditador, tentar reprimir uma resistência da minoria alauíta, a qual pertence Assad e que se concentra nas regiões de Latakia e Tartus, no noroeste do país. Esta é a narrativa apresentada pelo governo sírio.
O embate se intensificou, envolvendo tanto a população local, que é a principal vitima, quanto os apoiadores de Assad. Informações recentes indicam que Bashar al-Assad pode residir atualmente na Rússia. Contudo, a versão do governo é contestada; os alauítas afirmam estar sendo alvos de perseguição por parte de sunitas radicais que tomaram o poder no último dezembro, considerando-os "hereges". Um representante de uma associação alauíta afirmou que grupos jihadistas aliados ao novo governo estão realizando uma limpeza étnica e escondendo os corpos no mar para encobrir os crimes.
Os alauítas, que representam cerca de 10% da população da Síria, são uma ramificação do islamismo xiita em um país majoritariamente sunita.
O cenário atual na Síria continua alarmante, com violações de direitos humanos e um aumento das tensões entre as diferentes facções religiosas. É fundamental que a comunidade internacional fique atenta a essas injustiças e tome medidas efetivas. Compartilhe suas opiniões nos comentários sobre este assunto, e não hesite em compartilhar este artigo para aumentar a conscientização sobre a situação crítica na Síria.