Nesta terça-feira (11), autoridades dos Estados Unidos e da Ucrânia se encontram na Arábia Saudita com o objetivo de restaurar laços e verificar se a Ucrânia está predisposta a fazer concessões, influenciada pelo presidente Donald Trump, visando um término rápido do conflito. Washington, que tradicionalmente tem sido o principal aliado da Ucrânia desde a invasão russa em 2022, alterou sua abordagem ao conflito sob a administração de Trump, que busca uma resolução célere para a luta.
A postura de Trump em relação à Rússia incluiu uma interrupção da assistência militar à Ucrânia e um atraso no compartilhamento de informações de inteligência. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, está apostando nas interações com os sauditas como uma maneira de reestabelecer a aproximação com os EUA. Ele reafirma que a Ucrânia está dedicada a manter um diálogo construtivo com Washington, especialmente em um momento crítico antes de negociações que podem determinar o futuro do apoio americano ao país.
Um incidente recente na Casa Branca, envolvendo Trump e Zelensky, gerou um clima de tensão que complicou ainda mais as relações entre os dois líderes. Esse episódio colocou em risco um acordo de minerais que Trump considera essencial para garantir o suporte contínuo dos EUA, bem como a compensação de aproximadamente US$ 65 bilhões em ajuda militar fornecida à Ucrânia desde o início do conflito.
Pressionado pela administração americana, Zelensky tem se esforçado para demonstrar que a Ucrânia está comprometida em encontrar uma solução para a guerra, mesmo sem obter garantias de segurança relacionadas ao acordo de minerais, que Kiev considera crucial para qualquer proposta de paz. "Precisamos entender a posição ucraniana e ter uma ideia clara sobre quais concessões eles estão dispostos a aceitar, pois um cessar-fogo e a finalização desta guerra só serão possíveis se ambos os lados concordarem em ceder", afirmou o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, a jornalistas enquanto se dirigia para a cidade saudita de Jeddah.
Durante este encontro, o principal diplomata americano será acompanhado pelo conselheiro de segurança nacional, Mike Waltz, em uma conversa com altos oficiais ucranianos, liderados por Andriy Yermak, um dos principais assessores de Zelensky. Vale ressaltar que o presidente ucraniano esteve na Arábia Saudita na segunda-feira (10) para dialogar com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, mas não se juntará às conversações desta terça.