Recentemente, o Secretário de Transportes dos Estados Unidos, Sean Duffy, decidiu revogar dois memorandos estabelecidos durante o governo do ex-presidente Joe Biden. Esses documentos tinham como objetivo incentivar os estados a considerar os efeitos das mudanças climáticas e questões de equidade em seus projetos de infraestrutura.
De acordo com Duffy e o Departamento de Transportes (USDOT), os memorandos anteriores eram incompatíveis com a intenção do Congresso ao aprovar a ampla lei de infraestrutura de US$ 1 trilhão em 2021. A equipe do atual secretário alega que as diretrizes anteriores impunham encargos financeiros adicionais.
Os memorandos anteriores enfatizavam a importância de criar uma infraestrutura capaz de resistir às mudanças climáticas, promovendo o uso de tecnologias como carregadores de veículos elétricos e fontes de energia renovável, além de incluir comunidades vulneráveis no planejamento de projetos.
“O Departamento de Transportes está voltando ao básico – construindo projetos de infraestrutura críticos que movimentam pessoas e movimentam o comércio com segurança”, declarou Sean Duffy.
Vale ressaltar que, no ano passado, enquanto Biden ainda era presidente, o USDOT anunciou um pacote de subsídios de US$ 830 milhões com o intuito de aumentar a resiliência dos projetos de infraestrutura às mudanças climáticas. Em uma outra ação recente, Duffy havia mencionado que o USDOT também revogaria uma regulamentação climática que exigia que os estados mensurassem suas emissões de gases de efeito estufa de veículos que utilizam as rodovias federais.
Essa mudança de diretrizes reflete uma nova abordagem do governo atual em relação à gestão de infraestrutura, afastando-se de exigências que buscavam mitigar os impactos climáticos e garantir a equidade no acesso aos serviços de transporte. A decisão é uma parte da estratégia mais ampla da administração atual que visa desregulamentar algumas políticas de governo anteriores.
Enquanto isso, especialistas e defensores de políticas ambientais levantam preocupações sobre os possíveis efeitos dessa reversão nas iniciativas de sustentabilidade e como isso poderá impactar a infraestrutura a longo prazo. Há uma crescente necessidade de se equilibrar o desenvolvimento de infraestrutura com a urgência das mudanças climáticas, e o cancelamento dessas diretrizes pode representar um retrocesso.
Com essas mudanças, os gestores de infraestrutura no país terão mais flexibilidade, mas também surgem questionamentos sobre como isso afetará os projetos que visam enfrentar os desafios climáticos. Organizações caso promovam a inclusão de tecnologias renováveis e iniciativas de equidade nas práticas de planejamento e execução de projetos.
A questão que se coloca agora é: até que ponto essas decisões afetarão o setor de infraestrutura nos Estados Unidos e o compromisso do país em lidar com as consequências das mudanças climáticas? A reversão das diretrizes deixa uma incerteza no ar, abrindo espaço para debates sobre o futuro das políticas de infraestrutura e meio ambiente no país.