Forças armadas da Rússia relataram a interceptação de 337 drones ucranianos, caracterizando este como o maior ataque aéreo em seu território desde o início da invasão da Ucrânia, que ocorre há mais de três anos. O ataque, realizado durante a madrugada desta terça-feira (11/03), deixou ao menos duas pessoas mortas e 18 feridas nas proximidades da capital russa.
De acordo com o Ministério da Defesa russo, 91 drones foram abatidos na região de Moscou, uma área que geralmente não é alvo direto das hostilidades. O governador Andrei Vorobyov informou que, em decorrência do bombardeio, uma pessoa morreu e outras três ficaram feridas. Entre os mortos está um segurança de 38 anos de um estacionamento em Domodedovo, onde um incêndio causado pela queda de um drone resultou na destruição de mais de 20 veículos.
O governador também revelou que um homem de 50 anos ficou gravemente ferido nesse incidente e faleceu após ser levado ao hospital. "O mais importante agora é fornecer toda a assistência necessária às vítimas e suas famílias", escreveu Vorobyov, que também anunciou uma compensação de 1 milhão de rublos (aproximadamente R$ 66 mil) para os parentes das vítimas fatais.
Além disso, em resposta ao ataque, as autoridades de aviação na Rússia suspenderam as operações nos aeroportos de Moscou por várias horas, uma medida que foi estendida aos aeroportos de Nijni Novgorod e Iaroslavl.
Este ataque aéreo ocorreu horas antes de uma reunião entre representantes da Ucrânia e dos Estados Unidos na Arábia Saudita, onde há a expectativa de apresentação de um plano para uma trégua parcial no conflito. Andriy Kovalenko, do Conselho de Segurança Nacional da Ucrânia, mencionou que essa proposta poderia ser comunicada diretamente ao Kremlin por Washington. Kovalenko ainda ressaltou que a resposta da Rússia a essa proposta poderia ser "um teste" sobre sua disposição para encerrar a guerra.
A reunião em Jeddah é fundamental, pois marca o primeiro encontro de alto nível entre os EUA e a Ucrânia após tensões verificadas entre seus presidentes, Donald Trump e Volodimir Zelenski. Desde a última confrontação verbal, as autoridades ucranianas têm se esforçado para recuperar a confiança dos EUA, que estão condicionando a ajuda a concessões por parte de Kiev para pôr fim a mais de três anos de conflito.
Um alto funcionário ucraniano destacou que na reunião será apresentada uma proposta de trégua aérea e marítima, a qual foi bem recebida pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, presente em Jeddah.