A Coreia do Norte apresentou, pela primeira vez, um submarino com propulsão nuclear em desenvolvimento, em imagens transmitidas pela mídia estatal no último sábado. O líder do país, Kim Jong-un, esteve presente nos estaleiros para inspecionar as obras de construção das embarcações. Durante a visita, Kim destacou a importância de fortalecer o poder naval, afirmando que os armamentos nucleares são essenciais para a soberania da nação, a qual é limitada pelo mar nos lados leste e oeste.
De acordo com a emissora estatal KRT, Kim Jong-un sublinhou que a Coreia do Norte não aceitaria atividades militares marítimas de seus adversários, como a implantação de ativos estratégicos. Ele enfatizou que a defesa marítima do país não se restringiria a uma área específica, mas abrangeria o espaço necessário para preservar a paz. Em fevereiro, Kim reiterou a "política inabalável" de continuar a fortalecer as capacidades nucleares da Coreia do Norte.
Os submarinos nucleares operam utilizando reatores que transformam água em vapor de alta pressão, movendo turbinas que impulsionam as embarcações. Essa categoria de submarino inclui diferentes tipos, como os de ataque e os de mísseis balísticos, frequentemente referidos como "boomers", que estão equipados com armas nucleares e ogivas em mísseis balísticos.
No ano de 2023, a Coreia do Norte lançou o seu primeiro “submarino tático de ataque nuclear” operacional, que foi integrado à frota que patrulha as águas entre a península coreana e o Japão. Essa informação foi confirmada pela mídia estatal. Analistas identificaram que o submarino parecia uma versão modificada da classe Romeo, de origem soviética, que foi adquirida pela Coreia do Norte da China na década de 1970 e posteriormente produzida internamente. Os estudiosos notaram que a nova embarcação possuía 10 escotilhas de lançamento, o que sugere que estaria armada com mísseis balísticos e mísseis de cruzeiro.
Na ocasião do lançamento, especialistas apontaram que aquelas novas armas não adicionariam um valor significativo às já robustas forças nucleares terrestres do país. Isso porque os submarinos antigos que servem como base para o novo projeto apresentam características como ser relativamente barulhentos, lentos e com alcance limitado, o que poderia comprometer a sua sobrevivência em um cenário de conflito.
Os esforços de desenvolvimento de armas nucleares e mísseis balísticos da Coreia do Norte são considerados ilegais pelas resoluções do Conselho de Segurança da ONU, e o lançamento do submarino em 2023 suscitou críticas da Coreia do Sul e do Japão.
Com informações da Reuters.