A Conmebol anunciou, neste domingo, as sanções aplicadas ao Cerro Porteño devido aos atos racistas enfrentados pelo atacante Luighi, jogador do Palmeiras, durante uma partida pela Conmebol Libertadores sub-20 na última quinta-feira. O clube paraguaio foi multado em 50 mil dólares (aproximadamente R$ 288 mil), com a obrigatoriedade de pagamento no prazo de 30 dias a partir da notificação oficial.
Além da multa, o Cerro Porteño foi proibido de permitir a presença de torcedores em seus jogos durante a Libertadores sub-20. As punições também incluem a exigência de que o clube realize uma campanha de conscientização contra o racismo nas suas redes sociais, durante todo o período da competição.
Essas sanções foram motivadas por um incidente em que um torcedor imitou o som de um macaco na direção de Luighi, que reagiu de forma emocionada e deixou o campo chorando. O jogador, ao ser entrevistado após a partida, revelou a gravidade da situação e pediu ações mais rigorosas contra o racismo. Em um momento ainda mais constrangedor, ele relatou ter sido alvo de uma cusparada enquanto se dirigia ao banco de reservas.
Após o ocorrido, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) comunicou a Conmebol exigindo uma punição para os responsáveis e solicitando a exclusão do Cerro Porteño, o clube que enfrentava o Palmeiras no momento do ato agressivo. A federação enviou cópias da documentação ao presidente da FIFA, Gianni Infantino, cobrando uma resposta firme.
A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, também expressou sua indignação e afirmou que o clube tentaria a exclusão do Cerro Porteño. Em uma declaração, ela criticou a Conmebol e fez um apelo à união dos clubes para exigir mudanças significativas nas regras da entidade para combater comportamentos tóxicos no esporte.
No último sábado, o Cerro Porteño se pronunciou oficialmente em uma carta enviada à presidente Leila, onde expressou suas sinceras desculpas pelo “lamentável e triste comportamento” de alguns torcedores presentes nas arquibancadas durante a partida. O comunicado destacava: “Em especial queremos expressar nossas desculpas aos jogadores Luighi e Figueiredo”.
Além disso, o clube paraguaio também se comprometeu a cooperar com as autoridades locais, incluindo a Polícia Nacional e o Ministério Público, para identificar o torcedor responsável pelos atos de racismo. Assim que estabelecida a identidade do infrator, solicitarão sua inclusão no Registro Nacional de Eventos Esportivos, impedindo-o de ingressar em estádios e eventos esportivos em todo o Paraguai.
Esses acontecimentos ressaltam a necessidade de medidas mais eficazes para garantir que o futebol seja um espaço de inclusão e respeito, onde todos os jogadores são tratados de maneira justa, independente de sua origem ou cor de pele.
As punições aplicadas pelo Cerro Porteño ainda cabe recurso, mas a pressão por ações efetivas contra o racismo continua a crescer, tanto entre torcedores quanto dentro das federações.