O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou neste sábado (8) que o país está "totalmente comprometido" em manter um diálogo construtivo com representantes dos Estados Unidos. As conversas estão programadas para acontecer na Arábia Saudita na próxima semana, com o objetivo de buscar soluções para finalizar a guerra com a Rússia, que já dura três anos e resultou na ocupação de cerca de 20% do território ucraniano.
Desde que fez sua estreia no cargo, em janeiro, o presidente dos EUA, Donald Trump, suspendeu a ajuda militar para a Ucrânia, assim como o compartilhamento de informações de inteligência com o governo de Kiev. Trump acusou Zelensky de não estar suficientemente envolvido em buscar um acordo de paz com Moscou, o que gerou tensões entre os países.
Zelensky, por meio de uma publicação na rede social X, enfatizou que a Ucrânia busca a paz desde o início do conflito. segundo ele, "propostas realistas estão na mesa" e ressaltou a importância de agir de maneira ágil e eficaz. Em sua viagem programada à Arábia Saudita, ele se reunirá com o príncipe herdeiro Mohammed Bin Salman na próxima segunda-feira (10) e, após essa reunião, representantes da Ucrânia participarão de um encontro com a equipe americana na terça-feira (11).
O presidente ucraniano destacou: "Do nosso lado, estamos totalmente comprometidos com o diálogo construtivo e esperamos discutir e chegar a um acordo sobre as decisões e etapas necessárias". A delegação ucraniana que acompanhará Zelensky incluirá o Ministro das Relações Exteriores, Andrii Sybiha, o chefe de gabinete, Andriy Yermak, e o Ministro da Defesa, Rustem Umerov.
O enviado especial de Trump, Steve Witkoff, confirmou que está em negociações com a Ucrânia para estabelecer um acordo-quadro visando pôr fim ao conflito com a Rússia. Esse encontro na Arábia Saudita ressaltará a importância de incluir a Ucrânia nas discussões sobre a resolução do conflito.
Vale lembrar que, em fevereiro, Riade acolheu um encontro entre oficiais americanos e russos para discutir formas de encerrar a guerra, considerada a mais letal na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Preocupações surgiram em Kiev e entre aliados europeus, uma vez que a Ucrânia não foi convidada para participar dessas negociações.
Recentemente, Zelensky teve um encontro com Trump na Casa Branca, em 28 de fevereiro, que rapidamente se transformou em um momento tenso, marcado por desentendimentos diante da imprensa global. O líder ucraniano tem buscado continuamente garantir o apoio dos EUA, essencial para a resistência ucraniana contra a agressão russa.
À medida que o conflito prossegue, a importância do diálogo e da diplomacia se torna mais evidente, com esperanças de que novas abordagens possam trazer estabilidade à região e, quem sabe, um fim à guerra.