O lançamento de Split Fiction nesta quinta-feira (6) tem causado grande repercussão e é visto como um marco para a EA, pois se tornou o primeiro título da empresa em mais de uma década a receber um metascore superior a 90. O jogo, que já é um dos favoritos para ser o Jogo do Ano, conta a história de duas mulheres, Mio e Zoe, o que gerou polêmica entre alguns jogadores que o acusam de ser um jogo "woke".
Josef Fares, diretor do game, abordou essa questão durante uma entrevista ao canal de YouTube Fall Damage. Durante a conversa, ele respondeu a um comentário que dizia: "Outro jogo recheado de 'propaganda feminista'. Vão em frente".
Fares não hesitou em contestar a afirmação, dizendo: "Que m*rda é essa? Acho que é porque são duas mulheres [no jogo]. Deixa eu falar uma coisa: em Brothers: A Tale of Two Sons, são dois garotos; A Way Out tinha dois homens; em It Takes Two temos um homem e uma mulher; e agora, em Split Fiction, são duas mulheres e todo mundo está reclamando? Pera aí, cara. Isso foi baseado nas minhas filhas. Eu não me importo com o que você tem entre as pernas. Não me interessa. Bons personagens são o que importa".
A postura de Fares destaca uma crítica importante em relação à recepção de gêneros em jogos. A verdadeira essência de um jogo deve estar na sua narrativa e na profundidade de seus personagens, e não no gênero que eles representam.
A análise do IGN Brasil reforça essa ideia, destacando a criatividade e irreverência presentes em Split Fiction, características marcantes de Josef Fares e da desenvolvedora Hazelight. A avaliação considera que "tamanha criatividade, inventividade e irreverência tornam Split Fiction uma experiência formidável em todos os níveis. Não é exagero algum afirmar que este é o melhor jogo da geração até o momento. Com uma narrativa tocante, personagens cativantes e uma gameplay divertidíssima, o game é o culminar de diversos aprendizados da desenvolvedora que masterizou as obras cooperativas, e prova que o clamor de It Takes Two não é coincidência".
Portanto, a reação de Fares serve como um lembrete de que a indústria de jogos deve avançar, permitindo que narrativas diversificadas sejam exploradas sem serem rotuladas. Focar na qualidade do conteúdo e na profundidade dos personagens deve ser a prioridade para os jogadores e para a crítica.
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