A cidade de Uberaba, situada em Minas Gerais, recentemente fez sua estreia na prestigiosa Rede Mundial de Geoparques, reconhecida pela UNESCO. Este marco torna Uberaba a pioneira na região Sudeste a ser incluída na lista de localidades tão significativas.
A UNESCO, que é uma das agências da Organização das Nações Unidas voltada à Educação, Ciência e Cultura, destaca os sítios mais relevantes do mundo em várias áreas. O reconhecimento é um indicador de prestígio e importância internacional, demonstrando o valor intrínseco do local.
De acordo com a administração local, a inclusão na lista de Geoparques da UNESCO traz múltiplos benefícios, como a catalisação do turismo e o incentivo à pesquisa científica sobre o patrimônio geológico. Além disso, promove a consciência sobre a conservação do patrimônio cultural e histórico e favorece o desenvolvimento econômico e o empreendedorismo locais.
O Geoparque, nomeado Aspirante Geoparque Uberaba-Terra de Gigantes, foi idealizado no Triângulo Mineiro e começou a ser estruturado em 2014, quando o geólogo Luiz Carlos Borges Ribeiro vislumbrou o potencial do município para um parque ecológico.
Com uma área total de 4.523,957 km², cobrindo todo o município, Uberaba já revelou uma riqueza surpreendente em fósseis, incluindo dentes, ovos e até ninhadas de dinossauros do período Cretáceo Superior, datados entre 66 e 80 milhões de anos.
Dentre os achados notáveis, destaca-se o Uberabatitan ribeiroi, que é considerado o maior dinossauro já descoberto no Brasil, alcançando 27 metros de comprimento e 14 metros de altura, atualmente em exibição no Museu dos Dinossauros de Peirópolis.
O Sistema Geológico do Brasil também tem experiências marcantes em Uberaba, com registros de fósseis de terópodes carnívoros como o Abelissauro (Abelisaurus comahuensis), que alcançava cerca de oito metros de altura, além de crocodilomorfos conhecidos como Uberabasuchus terrificus.
Os geoparques são áreas delimitadas que possuem patrimônio geológico de relevância internacional. Sua administração visa preservar patrimônios naturais, históricos e culturais, ao mesmo tempo em que promove a educação, turismo e desenvolvimento sustentável.
Atualmente, o Brasil conta com outros cinco geoparques reconhecidos pela UNESCO, que são: Araripe (CE), Caçapava (RS), Quarta Colônia (RS), Seridó (RN) e Cânions do Sul (SC e RS).
O Geoparque do Araripe, localizado no Ceará, foi o primeiro das Américas a receber o selo da UNESCO e abrange seis municípios: Barbalha, Crato, Juazeiro do Norte, Missão Velha, Nova Olinda e Santana do Cariri, cobrindo uma área de 3.796 km². Este parque é famoso por seu vasto patrimônio biológico, geológico e paleontológico, realçado pela presença da maior concentração de fósseis de pterossauros do mundo e vestígios de insetos fossilizados datados de aproximadamente 110 milhões de anos.
O Geoparque de Caçapava do Sul, por sua vez, recebeu reconhecimento da UNESCO em 2023 após um projeto que teve início em uma audiência pública em 2019, promovendo a sensibilização da comunidade sobre os objetivos de um geoparque. Sua idade geológica ultrapassa 500 milhões de anos, com fósseis de megafauna como preguiças gigantes.
A região central do Rio Grande do Sul abriga o Geoparque Quarta Colônia, constituída por nove municípios e que visa promover alternativas econômicas sustentáveis. Seu patrimônio natural e cultural, assim como suas belezas naturais e fósseis únicos, contribuem não só para a conservação, mas também para o turismo local.
O Geoparque Seridó, reconhecido em 2022, é um território que abrange 2,8 mil km² e promove o desenvolvimento de guias de turismo na região, facilitando a visitação aos geossítios locais, que são geridos de forma coletiva por um consórcio intermunicipal.
Finalmente, o Geoparque Caminhos dos Cânions do Sul busca desenvolver a região através da educação para a sustentabilidade, integrando práticas pedagógicas nas escolas e promovendo a preservação do patrimônio natural e cultural.
Esses geoparques não apenas protegem a riqueza geológica e cultural do Brasil, mas também oferecem oportunidades para o desenvolvimento sustentável, atraindo investimentos e fortalecendo a economia local. A visitação a esses locais é um convite para explorar e aprender mais sobre a história da Terra, ao mesmo tempo em que se apoia a manutenção desses patrimônios.
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