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Rússia se oferece para mediar negociações entre EUA e Irã

Por Redação TN
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A Rússia manifestou interesse em atuar como mediadora nas discussões entre Estados Unidos e Irã, segundo uma fonte a par dos diálogos que conversou com a Reuters nesta terça-feira (4). O Kremlin reafirmou seu compromisso com uma solução pacífica para as tensões relacionadas ao programa nuclear iraniano. De acordo com informações veiculadas pela mídia estatal russa Zvezda, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que o presidente Vladimir Putin está disposto a facilitar o processo de negociações sobre armas nucleares entre Teerã e Washington. Vale ressaltar que a mesma fonte, que preferiu não se identificar, garantiu que Moscou não havia recebido um pedido formal para desempenhar esse papel.

A missão do Irã nas Nações Unidas em Nova York não se manifestou sobre o assunto. Esta novidade se desenrola no contexto da recente mudança de postura do presidente dos EUA, Donald Trump, que, ao assumir o cargo em janeiro, implementou uma política mais conciliatória em relação à Rússia. Essa abordagem gerou cautela entre os aliados do Ocidente, principalmente enquanto Trump tenta intermediar a resolução do conflito que se arrasta há mais de três anos na Ucrânia. Peskov também mencionou que considera o Irã um parceiro importante e que a Rússia vai continuar a fortalecer suas relações com Teerã. "O presidente Putin acredita firmemente que o problema do dossiê nuclear iraniano deve ser resolvido exclusivamente por meios pacíficos", comentou. "A Rússia, como aliada do Irã, se empenhará ao máximo para facilitar uma solução pacífica para o problema."

Mês passado, Trump reativou sua campanha denominada "pressão máxima" sobre o Irã, com o objetivo de impedir que o país desenvolvesse armas nucleares. No entanto, ele também expressou disponibilidade para um diálogo, manifestando interesse em conversar com o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian. "O governo Trump está aberto a dialogar com adversários e aliados, mas… sempre de uma posição de força para garantir nossa segurança nacional", afirmou Brian Hughes, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional americano.

Pressão internacional e sanções

O Irã, por sua vez, nega qualquer intenção de desenvolver armamento nuclear, mas está acelerando de forma significativa o enriquecimento de urânio, atualmente em níveis de 60% de pureza. Esse patamar está próximo do necessário para a produção de armas nucleares, que gira em torno de 90%. O órgão de vigilância nuclear da ONU alertou sobre essa situação. Os países ocidentais argumentam que não há justificativa para o enriquecimento em níveis tão elevados no contexto de um programa civil e que outros países não realizaram tal procedimento sem que houvesse a perspetiva de desenvolver bombas nucleares. O governo iraniano, por outro lado, afirma que seu programa nuclear tem fins pacíficos. "Os Estados Unidos não aceitarão que o Irã alcance capacidade para fabricar armas nucleares ou que continue a apoiar o terrorismo no Oriente Médio e além", declarou Hughes.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, manteve uma conversa com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, nesta terça-feira, ressaltando a expectativa de uma coordenação próxima entre os países para lidar com os riscos que o Irã apresenta e em busca de conquistar um ambiente mais estável na região, conforme relatado pela porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce.

O Irã firmou um acordo em 2015 conhecido como Plano de Ação Abrangente Conjunto (JCPOA), estabelecendo um compromisso com o Reino Unido, Alemanha, França, EUA, Rússia e China para suspender sanções em troca de restrições ao seu programa nuclear. Entretanto, Washington se retirou desse acordo em 2018, durante o primeiro mandato de Trump na presidência, o que levou o Irã a se distanciar gradualmente dos compromissos assumidos. O Reino Unido, França e Alemanha informaram ao Conselho de Segurança da ONU que estão prontos para ativar, se necessário, um chamado "retorno" de todas as sanções internacionais contra o Irã, com o intuito de impedir que o país desenvolva armas nucleares. Contudo, essa opção estará disponível apenas até 18 de outubro do próximo ano, data em que a resolução da ONU de 2015 sobre o acordo expirará. Durante esse período, Trump orientou seu representante na ONU a buscar o apoio de seus aliados para restaurar sanções e restrições internacionais ao Irã.

Tags: Rússia, Irã, EUA, Negociações, Diplomacia Fonte: www.cnnbrasil.com.br