Os Estados Unidos decidiram suspender o apoio de inteligência e a entrega de armamentos à Ucrânia, conforme afirmou John Ratcliffe, o diretor da CIA, a agência de inteligência norte-americana. Essa decisão foi anunciada após um intenso bate-boca ocorrido no Salão Oval da Casa Branca entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o presidente dos EUA, Donald Trump, na última sexta-feira, dia 28.
Ratcliffe explicou, durante uma entrevista à Maria Bartiromo na Fox Business, que Trump expressou sua insegurança sobre o comprometimento de Zelensky com o processo de paz e decidiu que era necessário “fazer uma pausa” nas operações. "Trump tinha uma dúvida real sobre se o presidente Zelensky estava comprometido com o processo de paz e ele disse 'vamos fazer uma pausa'”, enfatizou Ratcliffe.
Além disso, o diretor da CIA indicou que a suspensão foi uma oportunidade para reconsiderar as abordagens em relação à Ucrânia. “Quero dar uma chance para pensar sobre isso e você viu a resposta que o presidente Zelensky deu”, disse Ratcliffe. Ele acredita que a interrupção na frente militar e de inteligência resultou dessa pausa, mas espera que essa situação seja revertida em breve. Ele também reiterou o compromisso dos EUA em colaborar com a Ucrânia rumo à paz.
Uma autoridade militar dos EUA revelou que houve uma restrição no compartilhamento de informações de inteligência, resultando em menos voos de reconhecimento e vigilância. Essas operações são cruciais, pois a Ucrânia depende fortemente da inteligência americana para manter sua defesa eficaz.
Com a mudança de poder nos EUA, a equipe de transição de Trump, liderada por Ratcliffe, recebeu orientações sobre a importâncias vital do suporte a inteligência para a Ucrânia, sendo descrito como um dos principais fatores das conquistas ucranianas no campo de batalha.
No dia anterior, a CNN noticiou que tanto as forças armadas da Ucrânia quanto as dos EUA estavam avaliando os efeitos dessa suspensão na ajuda militar. A invasão da Rússia à Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022, resultou em uma guerra que se intensificou nos últimos meses, culminando em uma situação crítica.
A Rússia, sob o comando do presidente Vladimir Putin, invadiu a Ucrânia de várias frentes, incluindo a fronteira russa, a Crimeia e Belarus. Apesar dos avanços iniciais, as tropas ucranianas conseguiram resistir e proteger Kiev, embora a cidade tem enfrentado constante ataque.
A invasão russa recebeu condenação internacional e resultou em sanções econômicas severas contra Moscou. Em meio ao conflito, analistas destacam que a guerra se encontra em um ponto crítico, especialmente após o uso de mísseis hipersônicos por Putin em solo ucraniano, o que elevou ainda mais as tensões.
Putin afirma que o desempenho das forças russas melhorou consideravelmente, assegurando que todos os objetivos na Ucrânia serão atingidos, embora não tenha divulgado detalhes específicos sobre quais seriam esses objetivos. Zelensky, por sua vez, acredita que Putin busca dominar toda a região do Donbass e expulsar as tropas ucranianas da área de Kursk, que estão sob controle ucraniano desde agosto.
Este cenário alarmante levanta preocupações globais não apenas sobre a integridade territorial da Ucrânia, mas também sobre a estabilidade da região como um todo.