O renomado criador de The Walking Dead, Robert Kirkman, encerrou a famosa HQ em 2019, e muitos fãs ficaram satisfeitos com a conclusão oferecida. No entanto, em The Walking Dead Deluxe #84, ele revelou que a história poderia ter tomado um rumo bem diferente do que foi documentado. Inicialmente, a trama era para culminar em uma grande tragédia, típica de histórias sobre apocalipses zumbis, onde a humanidade não conseguiria resistir ao avanço dos mortos-vivos, acabando em ruínas.
Os planos de Kirkman para o encerramento teriam um impacto significativo sobre os leitores, buscando remover qualquer sensação de esperança de um desfecho positivo. O criador almejava provocar um choque emocional, fazendo os leitores acreditarem, ao menos em um primeiro momento, que um final feliz era possível. "Na essência, veríamos este ataque zumbi grandioso em Alexandria, Carl não teria levado um tiro, mas todos se uniriam (como ocorreu no original) e teriam vencido os zumbis. O discurso esperançoso de Rick para Carl teria acontecido como uma conversa estimulante sobre um futuro cheio de esperança, assim como a forma como eles criariam raízes em Alexandria e reconstruiriam a civilização ali", detalha Kirkman.
No entanto, ao prosseguir, o discurso não se sustentaria e a realidade do que ocorreu em Alexandria após a defesa contra o último ataque zumbi seria revelada. "O discurso mostraria Rick na frente de uma multidão. Virando a página, ele estaria na mesma pose, mas agora como uma estátua, celebrando a data. Com o passar do tempo, essa estátua ficaria velha e desgastada. Faríamos um movimento para nos distanciar dela, indo cada vez mais longe, e veríamos Alexandria em ruínas, abandonada, com um zumbi vagando por ali", conclui o autor.
Kirkman não pretendia expor os personagens como mortos de forma direta, mas sim sugerir que todos os esforços e batalhas que eles enfrentaram seriam em vão, com os zumbis inevitavelmente saindo vitoriosos em algum momento. "A ideia é que Alexandria fosse suficientemente bem-sucedida para que Rick vivesse ali e tivesse uma estátua erguida em sua honra. Contudo, no fim, a cidade cairia e o apocalipse zumbi continuaria. Assim, deixaríamos aos leitores a mensagem de que, não importa o que fizessem, os zumbis venceriam", explica Kirkman.
Apesar de ter uma ideia clara em mente, Robert Kirkman começou a refletir sobre o que havia construído em The Walking Dead. O autor confessou que, quanto mais ele adiava o fechamento da trama, menos a ideia original o agradava. "Não queria encerrar a HQ. Estava me divertindo muito. Acreditem quando digo que escrever foi uma das grandes alegrias da minha vida. Por um tempo, apenas posterguei o final. Um discurso seguindo para a estátua de Rick? Eu poderia fazer isso a qualquer momento. Com o passar do tempo, percebi que não era um final satisfatório. Não depois de tanto tempo com os personagens, então decidi abandonar aquela ideia", revela Kirkman.
Para o autor, seu desfecho planejado soava "sombrio, triste e possivelmente horrível". Mesmo assim, ele não havia mudado de direção e compartilhou sua visão com o produtor executivo da série, Greg Nicotero, e com o ator Andrew Lincoln, que interpreta Rick Grimes, para que compreendessem a linha que a narrativa deveria seguir.
No desfecho de The Walking Dead, testemunhamos uma narrativa drasticamente diferente da originalmente prevista por Kirkman. Atenção que a seguir terão spoilers, portanto, caso você não tenha finalizado a HQ ainda, prossiga com cautela. A história conclui com um salto temporal de 25 anos após a morte de Rick Grimes, que foi assassinado por Sebastian Milton, filho de Pamela, a líder do Commonwealth. Entretanto, a humanidade sobrevive, e personagens amados pelos leitores retornam à história.
Esse final levanta numerosas questões, indicando que não é exatamente o final feliz que muitos esperavam. A sociedade apresentada está longe de ser ideal, apesar de muitos personagens terem sobrevivido. Carl expressa sua preocupação de que a nova geração de humanos pode não ter o temor necessário dos zumbis para garantir sua segurança. Também é apresentado Michonne inocentando o filho de Rick de uma acusação, sugerindo que essa nova civilização está repetindo os erros do "velho mundo".
Diante desses eventos, muitos esperam que Robert Kirkman retome a narrativa na edição 193 da versão Deluxe de The Walking Dead, que é notável por sua coloração. No entanto, ainda não existem sinais de que o autor revelará o que acontece a seguir com os personagens.
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