O governo de Donald Trump impôs um prazo até 21 de março para que Nova York descontinue seu recente programa de taxa de congestionamento, que havia começado no mês anterior. Essa medida foi anunciada em uma carta divulgada na quarta-feira, com o objetivo de diminuir o tráfego no centro comercial de Manhattan e gerar recursos para modernizar os sistemas de metrô e ônibus da cidade.
Na semana passada, o Departamento de Transporte dos EUA revogou a aprovação federal que havia sido concedida anteriormente ao programa por Joe Biden, o presidente antecessor. Em resposta, a Metropolitan Transportation Authority (MTA) juntamente com a autoridade de pontes de Nova York, moveram uma ação judicial para contestar a decisão do governo.
A governadora de Nova York, Kathy Hochul, do Partido Democrata, encontrou-se com Trump em Washington na sexta-feira passada para discutir a continuidade do programa. Em um comunicado, a MTA afirmou que "nossa posição é clara: esta não é uma ordem legal. Já entramos com uma ação judicial e agora cabe aos tribunais decidir".
De acordo com a carta enviada pela Administração Federal de Rodovias, o prazo foi estipulado para permitir uma transição organizada ao interromper as operações relacionadas à taxa. A MTA noticiou que, em janeiro, arrecadou impressionantes US$ 48,6 milhões, tendo US$ 11,1 milhões em despesas, resultando em uma receita líquida operacional de US$ 37,5 milhões sob o programa.
Sob essa iniciativa, os motoristas pagam uma taxa única diariamente ao entrarem no distrito comercial central, independentemente de quantas vezes cruzam essa área. A taxa para a maioria dos veículos de passageiros é de US$ 9 durante horários de pico, enquanto caminhões e ônibus são cobrados até US$ 21,60. Com o programa, essa taxa é reduzida em 75% durante a noite.
A MTA, que emitiu US$ 900 milhões em dívida para financiar melhorias na infraestrutura relacionadas ao congestionamento, espera uma arrecadação de US$ 500 milhões em sua receita líquida no primeiro ano da implementação da taxa. Hochul enfatizou que os recursos captados seriam fundamentais para sustentar US$ 15 bilhões em financiamentos para aprimoramento do transporte público.
Antes da introdução dessa taxa, mais de 700 mil veículos entravam diariamente no centro comercial de Manhattan, resultando em uma velocidade média de apenas 11 quilômetros por hora, refletindo uma diminuição de 23% em comparação a 2010. Além de Nova York, outras cidades ao redor do mundo, como Londres, Cingapura e Suécia, já implementaram sistemas de precificação de congestionamento, sendo que Londres começou a aplicar sua taxa em 2003, atualmente cobrando 15 libras (aproximadamente US$ 18,70).