O renomado ator americano Gene Hackman, de 95 anos, e sua esposa, Betsy Arakawa, de 63 anos, foram encontrados sem vida em sua residência no estado do Novo México, nos Estados Unidos, nesta quinta-feira.
De acordo com informações da agência de notícias Reuters, o xerife Adan Mendoza, do condado de Santa Fé, confirmou que o casal foi encontrado junto com seu cachorro e, até o momento, não há indícios de crime.
Gene Hackman, cujo nome completo era Eugene Allan Hackman, nasceu em 30 de janeiro de 1930, em San Bernardino, Califórnia. A infância de Hackman foi marcada por dificuldades financeiras, além de um relacionamento conturbado com seu pai, que deixou a família quando o ator ainda era muito jovem.
Aos 16 anos, Hackman decidiu deixar a casa dos pais e se alistou na Marinha, onde teve a oportunidade de viajar por locais como Japão e Havaí. Após seu tempo no serviço militar, ele interessou-se pela atuação e se inscreveu na Pasadena Playhouse, na Califórnia. Nesse espaço, conheceu Dustin Hoffman, um outro aspirante a ator.
Embora tenha sido desencorajado por um professor que acreditava que ele não tinha futuro na profissão, Hackman persistiu em seus sonhos e se mudou para Nova York, onde começou a atuar em produções teatrais e na televisão.
Seu grande breakout no cinema ocorreu em 1967, com o filme "Bonnie e Clyde: Uma Rajada de Balas", onde interpretou Buck Barrow, o irmão de Clyde Barrow. Sua performance lhe rendeu a primeira indicação ao Oscar como Melhor Ator Coadjuvante, consagrando-o como um ator a ser observado de perto.
Em 1969, Hackman foi novamente indicado ao Oscar, dessa vez pela sua atuação em "Meu Pai, um Estranho". Durante a década de 1970, Hackman se destacou em diversos filmes, como "Operação França" (1971), que lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator e se tornou um clássico do cinema policial, evidenciando sua habilidade em interpretar personagens complexos e verossímeis.
Outras performances memoráveis dessa época incluem "O Destino do Poseidon" (1972) e "Espantalho" (1974), além de sua aclamada atuação em "A Conversação" (1974), dirigido por Francis Ford Coppola, no qual entregou uma das performances mais sutis de sua carreira.
Nos anos 1980 e 1990, Hackman continuou a brilhar em papéis emblemáticos, incluindo o famoso vilão Lex Luthor na série de filmes do Superman, ao lado de Christopher Reeve. Em 1993, recebeu seu segundo Oscar, novamente como Melhor Ator Coadjuvante, pelo seu papel como o severo Xerife Little Bill Daggett no faroeste "Os Imperdoáveis" (1992), dirigido por Clint Eastwood.
Seu portfólio inclui outros grandes sucessos como "Mississippi em Chamas" (1988), que rendeu-lhe outra indicação ao Oscar, além de "Maré Vermelha" (1995) e "Inimigo do Estado" (1998).
No início dos anos 2000, Hackman continuou a atuar, como na comédia "Os Excêntricos Tenenbaums" (2001), mas oficialmente anunciou sua aposentadoria após "Uma Eleição Muito Atrapalhada" (2004). Ele comentou em uma entrevista à Reuters que, embora algumas pessoas o tivessem aconselhado a não desistir, ele não gostaria mais de atuar: "Não dei uma entrevista coletiva para anunciar minha aposentadoria, mas sim, não vou mais atuar. Nos últimos anos, me disseram para não dizer isso, caso surgisse algum papel realmente maravilhoso, mas eu realmente não quero mais fazer isso".
Além de sua brilhante carreira cinematográfica, Hackman também explorou a escrita e publicou uma série de romances, incluindo ficção histórica. Em sua vida pessoal, casou-se duas vezes e teve três filhos. Ele e Betsy Arakawa, pianista com quem começou um relacionamento na década de 1980, estavam juntos desde 1991.