O rapper Oruam foi liberado na manhã desta quarta-feira, após ser detido pela polícia por albergá-lo em sua residência um foragido da Justiça. O incidente se deu por volta das 10h40, quando policiais encontraram Yuri, amigo do cantor, em sua mansão localizada no Joá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Ao deixar a delegacia, Oruam, que assinou um termo circunstanciado, afirmou aos jornalistas que Yuri "não é traficante" e que a bala mostrada em um vídeo que circulou era "de borracha". "Ele não é traficante. Ele é uma pessoa normal e é meu amigo. Eu não sabia que ele estava foragido. Naquele dia, era bala de borracha", declarou Oruam, que também mencionou estar focado no seu próximo álbum, que considera um sucesso.
A presença de Yuri na casa de Oruam foi descoberta durante uma operação policial que buscava o foragido, que é procurado por envolvimento em uma organização criminosa. Durante a abordagem, foi apreendida com Yuri uma pistola de 9 mm e munições, revelando a seriedade da situação. O rapper e o foragido se conhecem desde a infância, uma amizade que remonta ao tempo de escola.
Oruam é descendente de Marcinho VP, um notório traficante apontado como líder de uma facção criminosa. Em uma tática que levantou polêmicas, Oruam ostenta tatuagens que homenageiam tanto seu pai quanto outros criminosos de destaque.
Segundo o delegado Moysés Santana Gomes, responsável pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), Yuri chegou à residência de Oruam para jogar videogame, uma justificativa que surtiu pouco efeito nas investigações de relação com atividades ilícitas.
Durante o processo, Oruam decidiu não se manifestar além do que já havia declarado, optando por falar apenas em juízo. Na última semana, ele já havia se envolvido em uma situação complicada após ser preso por realizar manobras perigosas em um veículo na Barra da Tijuca, que também gerou repercussões negativas em sua carreira.
Além disso, o artista já era alvo de uma investigação em São Paulo por um disparo feito em um condomínio, no final do ano anterior. As evidências indicam que Oruam, instigado por amigos durante uma festa, disparou uma arma de fogo, o que potencializou as acusações contra ele.
Em meio a tudo isso, a abordagem da polícia e as razões para a detenção de Oruam geram discussões sobre o papel que a fama e o histórico familiar desempenham na vida de artistas com passado conturbado. O cantor, conhecido pelo seu estilo único, luta para manter sua carreira em meio a essas adversidades.
Na saída da delegacia, Oruam se mostrou cético em relação à sua situação e à cobertura midiática: "Vou falar pra tu não. Tu é delegado, juiz, para eu falar alguma coisa pra você? Tudo o que eu falar para vocês não adianta de nada, já sou culpado." A tensão visível nas palavras do rapper reflete o peso emocional que situações legais podem ter na vida de um indivíduo, especialmente em sua posição pública.
O caso de Oruam ainda não foi encerrado, e novos desdobramentos são esperados com a continuidade das investigações. A atenção da imprensa e do público se concentra não apenas nos atos do artista, mas também nas implicações mais amplas que suas ações trazem à tona sobre a responsabilidade de figuras públicas e suas associações.
Oruam e Yuri foram levados para a Cidade da Polícia para os procedimentos necessários, e enquanto a justiça segue seu curso, o futuro do rapper e suas atividades musicais permanecem em uma balança delicada.