Nos primeiros meses do ano, a diretoria do Sport tomou medidas ousadas que eliminaram qualquer receio sobre a gratidão em relação ao elenco da Série B. O início da temporada indica uma estratégia incomum no futebol pernambucano, com jogadores de diferentes nacionalidades chegado ao Recife para integrar a equipe.
Embora esses jogadores não sejam necessariamente astros, o que realmente chama a atenção são os investimentos substanciais, algo sem precedentes na região. O público ainda se adapta a essas quantias.
Embora a direção do clube não revele os gastos, informações têm vazado, como o caso do jornalista colombiano que divulgou a quantia paga pelo volante Christian Rivera ao Tijuana, do México, estimada em cerca de R$ 17 milhões (ou 3 milhões de dólares).
Esse investimento soma-se a outras operações significativas, como os R$ 15 milhões investidos no atacante Carlos Alberto, ex-Botafogo; os R$ 9 milhões pelo lateral-direito Matheus Alexandre, ex-Cuiabá; e aproximadamente R$ 12 milhões pelo meia argentino Rodrigo Atencio, quantia que, segundo a imprensa argentina, refere-se a 50% dos direitos econômicos junto ao Independiente, além de metas e bônus durante o contrato.
No caso do meio-campista Sérgio Oliveira, o gasto não envolveu uma compra direta, mas, de acordo com informações do ge, o total com salários, bônus e metas pode alcançá R$ 15 milhões ao longo de dois anos.
Além disso, o clube trouxe reforços de peso, como o experiente atacante Pablo e o zagueiro português João Silva. Já foram 13 contratações anunciadas, formidável para um novo time e com espaço para mais duas aquisições visando a Série A. O volante Du Queiroz, ex-Corinthians e atualmente no Zenit, da Rússia, é uma das apostas, além de um centroavante para suceder Gustavo Coutinho.
Anteriormente ao anúncio mais recente de Rivera, o presidente Yuri Romão havia confirmado o investimento total de R$ 41 milhões em direitos de atletas até aquele momento.
Essa mudança ousada da diretoria removeu as preocupações sobre uma prática de gratidão junto ao elenco da Série B. Uma base foi preservada, o que era esperado, mas após três anos consecutivos na segunda divisão, a administração rubro-negra realmente virou a página.
A qualidade do atual elenco é indiscutível, mesmo em comparação ao rigor da Série A. O time está repleto de bons jogadores. Contudo, o desafio agora é a formação de um verdadeiro time. A construção de um conjunto coeso é um processo intricando. É essencial distinguir entre a formação de um elenco e a criação de uma equipe com um objetivo claro.
Não é surpreendente que o Sport tenha enfrentado dificuldades neste início de temporada. As derrotas nos clássicos contra Santa Cruz e Náutico foram especialmente difíceis de aceitar, e é compreensível a frustração da torcida. Nem mesmo as dificuldades enfrentadas pelo treinador Pepa justificam tais tropeços.
Apesar das inúmeras opções disponíveis, o técnico português ainda está à procura de soluções. Em essência, o novo Sport está sendo construído quase do zero, implementando um novo conceito de jogo que exigirá tempo. Neste início de 2025, a paciência se torna a palavra-chave.
Em pouco mais de um mês, a equipe começará sua trajetória no Campeonato Brasileiro contra o São Paulo, no Morumbi, seguido por uma partida em casa contra o Palmeiras, na Ilha do Retiro. Antes dessas competições, haverá decisões em torneios estaduais e regionais. Após tantos milhões investidos, o tempo é, agora, o recurso mais valioso do clube. O primeiro desafio será uma partida decisiva pela Copa do Brasil.