A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) anunciou que, ainda neste ano, lançará um novo código de conduta com o intuito de inibir comportamentos de "ostentação" nas redes sociais, assim como práticas de captação "predatória" de clientes pela internet. O presidente da OAB, Beto Simonetti, revelou em entrevista que existem centenas de procedimentos abertos em todo o Brasil para investigar posturas inadequadas de advogados nas plataformas digitais.
Essa nova proposta será regulamentada pelo Conselho Federal da OAB e é uma atualização do "plano de marketing jurídico nacional", que não recebia modificações desde 2022. O novo código deve trazer aperfeiçoamentos significativos, alinhando-se às recentes inovações tecnológicas. “Não é natural que as redes sociais sejam usadas para prometer solução de grandes casos, nem para grande exposição de fortunas ou para transmitir uma sensação de riqueza”, declarou Simonetti, enfatizando a importância de um comportamento adequado nas redes.
Simonetti ressaltou que "é público e notório que alguns colegas fazem essa hiperexposição diariamente, como se fosse um programa de TV da sua vida pessoal". Ele mencionou que isso já está sendo investigado sob a esfera administrativa da OAB. As publicações realizadas por advogados nas redes sociais devem "respeitar a dignidade da profissão", sem "ofender o brio daqueles que ainda não conseguiram atingir a estabilidade financeira". Essa preocupação com a imagem da advocacia é fundamental, uma vez que a reputação da profissão deve ser preservada.
Além disso, o presidente da OAB destacou a necessidade de um diálogo mais efetivo sobre os limites do marketing jurídico nas redes sociais, considerando as transformações que as plataformas digitais vêm sofrendo. “É preciso que haja uma reflexão mais profunda sobre como a advocacia pode se posicionar nas redes de forma ética e responsável, sem cair na tentação da ostentação”, completou.
A criação desse código surge em um momento em que o uso exagerado das redes sociais por profissionais da advocacia tem gerado críticas. A OAB espera que, com a implementação desse novo regulamento, seja possível resgatar a dignidade da profissão, garantindo que os valores éticos sejam mantidos no exercício da advocacia.
Em um cenário onde a imagem e a presença digital são cada vez mais significativas, a OAB busca equilibrar a necessidade de visibilidade com a ética profissional. Ao lançar esse código, a OAB pretende não apenas coibir práticas inadequadas, mas também orientar os advogados sobre a melhor forma de se posicionar nas redes sociais, contribuindo para a construção de uma imagem digna e respeitável da advocacia.
A proposta busca ser um guia para os advogados brasileiros, reforçando a importância de uma atuação ética nas redes sociais. Com isso, a OAB almeja diminuir os casos de infrações éticas, promovendo uma advocacia mais responsável e menos vinculada a ostentações desmedidas.